Algumas histórias de amor imperfeitas e inacabadas (ou nem mesmo começadas) se tornam eternas. Esse é o caso do mito do deus Apolo e Dafne, uma ninfa da mitologia grega.
O que acontece quando o deus da música, beleza e profecia se apaixona por uma ninfa que jurou proteger sua castidade? É o que você descobre neste artigo!
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Apolo ofende Eros
Segundo o mito, certa vez Apolo (ou Febo para os romanos), o deus da luz, da poesia, da medicina, da música, da beleza e da profecia, encontrou Eros, também chamado de Cupido, lidando com seus arcos e flechas. Eros usava flechas para fazer as pessoas se apaixonarem.
Apolo tinha acabado de vencer Píton, um horrível dragão da terra que vivia na região de Delfos. O deus ficou tão arrogante com sua vitória que disse abruptamente a Eros para deixar armas semelhantes à guerra para deuses poderosos como ele (Eros era frequentemente retratado como um menino) e manter seus próprios passatempos, desvalorizando seu dever de inflar o amor e a paixão nas pessoas.
A vingança de Cupido
Isso enfureceu o obstinado Eros, que decidiu se vingar. O deus do amor então escalou uma rocha do Monte Parnaso e disparou duas flechas: uma afiada e com ponta de ouro e outra cega com ponta de chumbo.
A flecha dourada com a ponta brilhante e afiada atingiu o peito de Apolo, mas não o matou nem feriu. O verdadeiro ferimento não era corporal, era sentimental, mas Apolo saberia disso em breve. A segunda flecha atingiu Dafne, uma bela ninfa filha do deus do rio, Peneu.
No momento em que Apolo foi atingido pela flecha, ela inflamou seu amor pela ninfa. Apolo avistou Dafne caçando na selva e incapaz de conter sua paixão foi atrás dela. No entanto, a flecha que atingiu Dafne foi uma flecha que encheu o coração da ninfa com nojo pelo deus que apareceu na frente dela!
Assim, a vingança do Cupido foi cruel. Apolo estava perdidamente apaixonado por uma mulher que o odiava com cada grama de seu ser. Eros mostrava a Apolo o poder do amor, o poder do Cupido, capaz de cegar até mesmo o mais poderoso entre os deuses gregos!
Dafne
A ninfa Dafne era uma caçadora virgem da deusa Ártemis (Diana para os romanos, irmã de Apolo). Ela era considerada muito bonita e muitos homens vinham pedir sua mão. No entanto, a ninfa preferia se dedicar a caçar e seguir as leis da deusa Ártemis, que exigia castidade de suas seguidoras.
Apolo persegue Dafne
O amor de Apolo por Dafne era tão forte que o deus da profecia foi incapaz de prever seu futuro, pois suas emoções eram incontroláveis! Ele se aproximou da ninfa que agora via mais bela e virtuosa do que ela realmente era. Ele começou a elogiá-la repetidamente. Mas Dafne não conseguia nem suportar sua presença. Antes mesmo que Apolo pudesse obter uma resposta adequada, Dafne havia fugido!
O deus então começou a correr para alcança-la. Apolo continuou implorando para Dafne parar. Ele tentou explicar que não representava nenhuma ameaça para ela e que suas intenções eram boas.
🔹 Acima: Moeda conhecida como “Dafne Constantiniana”. No anverso, traz o imperador Constantino com seus olhos voltados para o céu (um famoso símbolo cristão em moedas romanas). No reverso, traz Dafne como Vitória, segurando ramos de palmeira. Peça datada de 327 d.C., cunhada em Constantinopla.
Alguns historiadores afirmam que Dafne tem uma representação religiosa nesta peça: como se ela representasse Constantino virando as costas para símbolos pagãos (como Apolo e o Sol) e se direcionando para a palmeira, um símbolo cristão! Outra análise sobre a peça é de que, como Dafne significa loureiro em grego – e os louros eram símbolos de vitória –, a moeda é em comemoração à vitória de Constantino contra Licínio em 324 d.C.
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A perseguição continuou enquanto Apolo estava se tornando cada vez mais paranoico. Ele estava com medo de que Dafne pudesse cair e se machucar. Em uma tentativa desesperada de fazê-la parar, ele começou a explicar quem ele era. Além disso, ele era o deus da beleza, da profecia, da medicina e da música, nenhuma mulher deveria ser capaz de resistir a ele. Mas ela continuava fugindo.
O trágico final de Apolo e Dafne
Apolo se concentrou em capturar Dafne. Ele estava correndo e correndo enquanto a ninfa podia ver que ela estava cada vez mais perto de ser pega. Ela estava se cansando. Tanto que, às vezes, Apolo quase conseguia agarrá-la, mas ela escapava dele no último segundo!
No entanto, estava ficando claro que Dafne seria pega mais cedo ou mais tarde. E então, finalmente, chegou o momento em que Apolo a agarraria.
Naquele exato momento Dafne viu as águas do rio de seu pai, Peneu, e pediu para que ele a ajudasse e lhe tirasse essa beleza que tanto agradava aos homens.
Peneu ajudou sua filha que agora estava firmemente nas mãos de Apolo. Dafne começou a se transformar em uma árvore. Seu cabelo se transformou em folhas, seus braços em galhos e suas pernas em raízes. Antes que Apolo pudesse dar uma olhada em seu rosto, ela se foi. A única coisa em pé onde Dafne estava era uma bela árvore de louro, um loureiro (daphne em grego).
O eterno amor de Apolo
Mesmo depois da transformação de Dafne, o amor de Apolo não diminuiu. O deus pegou as folhas da árvore em suas mãos e beijou a madeira da árvore.
Com o coração partido pela perda de Dafne e, para se lembrar dela para sempre, fez do louro o símbolo de homenagem aos poetas. O louro tornou-se, portanto, o símbolo do deus. Inclusive Pítia, a sacerdotisa do oráculo de Delfos, mascava folhas de louro para se comunicar com Apolo e dar suas profecias às pessoas!
Além disso, o prêmio dos Jogos Píticos, os segundos jogos mais importantes da antiguidade depois das Olimpíadas, era uma coroa de louros. E, claro, os louros também foram usados depois pelos romanos como símbolo de triunfo e vitória.
Escultura de Apolo e Dafne
O mito de Apolo e Dafne foi particularmente popular entre os artistas visuais ao longo dos tempos. A transformação de uma mulher em uma árvore representou um verdadeiro desafio para todos aqueles que queriam provar que podiam transcender o maior problema da arte: a representação do movimento. Afinal, é exatamente disso que o final se trata: os dois protagonistas ainda estão se movendo enquanto Dafne gradualmente se transforma em uma árvore.
Nesse sentido, a escultura Apolo e Dafne (c. 1622-1625) de Gian Lorenzo Bernini conseguiu capturar perfeitamente esse momento! O escultor conseguiu criar uma obra de arte incomparável que ainda é admirada por seu movimento e graça e considerada uma obra-prima! Veja alguns detalhes da escultura mais de perto:
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