Guarda pretoriana: os guarda-costas do Imperador romano

Numa mistura de serviço secreto, forças especiais e administradores urbanos, a Guarda Pretoriana de Roma era uma das unidades militares mais prestigiosas do mundo antigo!

Durante 3 séculos, os pretorianos serviram como escudo dos imperadores romanos. Um escudo que poderia facilmente se tornar uma adaga nas costas dos imperadores!

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Os militares da guarda pretoriana cuidavam da segurança pessoal dos imperadores romanos e muitas vezes decidiam quem iria à ruína e quem ascenderia ao trono.

Origem da Guarda Pretoriana

Os guarda-costas imperiais romanos de elite, conhecidos como guarda pretoriana, se originaram no final do período da República, quando generais e líderes rivais empregavam centenas, às vezes milhares, de soldados experientes como seus guarda-costas e companheiros.

Suas proezas militares os tornavam valiosos no campo de batalha, enquanto sua lealdade a seus comandantes, em vez de ao Estado Romano, assegurava-lhes um status de elite. Em um acampamento, o guarda-costas ficava perto de seu comandante, cuja tenda era conhecida como pretório (daí o nome da unidade).

A importância das coortes pretorianas (“guarda pretoriana” é um termo moderno) aumentou durante as sangrentas guerras civis que extinguiram a República. O vencedor, o sobrinho-neto de Júlio César, Otaviano, herdou não apenas todo o estado, mas também todos os soldados – aqueles que lutaram por e contra ele!

Pretorianos como guarda pessoal do imperador

Com o mundo romano finalmente em paz, Otaviano, agora conhecido como imperador Augusto, dispensou a maioria das tropas, postando os legionários restantes nas fronteiras do império, em vez de na Itália.

Mas o controle da cidade de Roma permaneceu crítico para a segurança pessoal do imperador. A morte prematura de Júlio César ainda estava fresca em sua mente. Então Augusto formalizou as coortes pretorianas em uma unidade permanente, leal apenas ao imperador. Assim nasceu a guarda pretoriana, que se tornou a espada e o escudo do governante!

O papel da Guarda Pretoriana na Ascensão de Cláudio

Cláudio, o quarto governante da dinastia Júlio-Claudiana, ascendeu à posição de imperador em 41 d.C., após o assassinato de Calígula em uma conspiração que incluía o comandante pretoriano Cássio Quereia.

De acordo com o historiador antigo, Suetônio, um aterrorizado Cláudio refugiou-se no palácio. Cláudio foi encontrado pelos pretorianos, levado para seu acampamento, passando a noite aterrorizado. Entretanto, no dia seguinte, os pretorianos decidiram jurar lealdade a Cláudio como seu recém-eleito imperador.

Moeda do imperador Cláudio que traz uma homenagem à guarda pretoriana no reverso.

🔸 Acima: esta moeda de prata, datada de 43-44 d.C., retrata o símbolo dos soldados pretorianos, o Castro Pretório, seu conjunto de quartéis. A imagem atrás da parede representa um soldado pretoriano segurando uma lança ao lado de um estandarte.

Esta moeda captura perfeitamente a mudança de atitude de Cláudio desde a descrição de Suetônio de que ele temia por sua vida nas mãos dos Pretorianos, até exibi-los como um símbolo de proteção, segurança e prosperidade.

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O motivo dos pretorianos era claro: Cláudio foi o primeiro imperador a comprar a submissão dos soldados com dinheiro, prometendo de quinze a vinte mil sestércios a cada membro da guarda pretoriana!

Tácito, senador e historiador romano, menciona que os Pretorianos aumentaram em número de 9 para 12 coortes em 47 d.C. Cada coorte compreendia mil soldados. Assim, mesmo se considerarmos apenas nove mil soldados com quinze mil sestércios cada, Cláudio teria dado cerca de 135 milhões de sestércios!

Quando a Guarda Pretoriana leiloou o Império Romano

Outro episódio da História romana que mostra o poder da guarda pretoriana aconteceu logo após o assassinato do imperador Cômodo em 192 d.C. Seu sucessor nomeado pelo Senado Romano, Pertinax, tentou reformar a guarda e reduzir seus privilégios.

O que se seguiu foi a mais infame demonstração de poder pretoriano da história romana. Cientes de sua posição vantajosa, soldados sedentos de poder leiloaram o Império Romano pelo lance mais alto. O vencedor da licitação foi Dídio Juliano, que prometeu 25.000 sestércios por guarda – uma quantia exorbitante de dinheiro na época!

No entanto, o exército romano estacionado nas províncias não estava disposto a aceitar o novo imperador, empurrando o império para uma guerra civil. O vencedor, Sétimo Severo, enganou os pretorianos para encontrá-lo fora da cidade em seus uniformes de desfile completos, mas desarmados.

Ordenando que se despissem, ele dispensou todos os guardas e proibiu-os de chegar a cem milhas de Roma, sob pena de morte. Severo então formou uma nova guarda pretoriana que agora consistia em suas próprias tropas leais!

Esculturas representando os guardas pretorianos.
Relevo representando a Guarda Pretoriana (originalmente parte do Arco de Cláudio), 51-52 d.C.

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Mesmo depois que Sétimo Severo começou a recrutar guarda-costas diretamente das legiões, a corrida dos pretorianos como guardiões do trono romano não terminou oficialmente até o século IV.

Macrino, o imperador pretoriano (217-218 d.C.)

Macrino foi prefeito pretoriano durante o reinado de Caracala (filho de Sétimo Severo). Macrino se envolveu em uma conspiração para matar o imperador e ordenou que soldados da guarda pretoriana o fizesse. Três dias depois do assassinato de Caracala, Macrino foi declarado Augusto.

Sua queda foi sua recusa em conceder o pagamento e os privilégios prometidos às tropas do leste por Caracala! Essas tropas resolveram apoiar o jovem Heliogábalo, sobrinho-neto de Sétimo Severo.

Depois de meses de leve rebelião na maior parte do exército na Síria, Macrino levou suas tropas leais para encontrar o exército de Heliogábalo perto de Antioquia.

Seus soldados foram derrotados. Macrino conseguiu escapar, mas sua autoridade foi perdida: ele foi traído e executado após um curto reinado de apenas 14 meses!

Moeda do imperador Macrino, que foi prefeito pretoriano.
Moeda de Macrino datada de 217 d.C.

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O fim da Guarda Pretoriana

Em 306 d.C., os Pretorianos tentaram desempenhar o papel de “fazedores de reis” pela última vez quando instalaram o usurpador Magêncio como imperador ocidental em Roma. Após uma série vertiginosa de guerras civis e reivindicações rivais ao trono, Magêncio e seus pretorianos foram confrontados pelo imperador Constantino na Batalha da Ponte Mílvia, em 312.

Enquanto os pretorianos supostamente fizeram uma valente última resistência ao longo do rio Tibre, eles foram derrotados e Magêncio foi morto. Convencido de que os pretorianos não eram mais confiáveis, Constantino dispersou a unidade de uma vez por todas, transferiu seus membros para os arredores do Império e supervisionou a destruição de seus quartéis no Castro Pretório!

A partir daí, cada imperador criava seu próprio sistema de proteção pessoal.

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1 comentário em “Guarda pretoriana: os guarda-costas do Imperador romano”


  1. Marcelo *** disse:

    Muito interessante o artigo. Gostei bastante e gostaria de ver mais.


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