Zenóbia: a rebelde Rainha de Palmira

No século III d.C., a Rainha Zenóbia foi uma feroz governante de Palmira, uma região da Síria moderna.

Ao longo de sua vida, Zenóbia tornou-se conhecida como a “rainha guerreira”. E não é para menos: ela expandiu Palmira do Iraque até a Turquia, conquistou o Egito e desafiou o domínio do Império Romano!

Embora ela tenha sido derrotada pelo imperador Aureliano, seu legado como a destemida rainha guerreira, que promoveu a tolerância cultural entre o povo da Síria, está muito vivo hoje! Confira abaixo os detalhes dessa história.

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Conheça a história de Zenóbia, a destemida rainha de Palmira

Zenóbia, uma amazona experiente

Muitas lendas surgiram sobre a identidade de Zenóbia. O principal relato é de que ela nasceu em uma família de grande nobreza que reivindicou a notória Rainha Dido de Cartago e Cleópatra VII do Egito como ancestrais!

Ela recebeu uma educação helenística, aprendendo latim, grego, siríaco e egípcio. Seu passatempo favorito de infância era a caça, e ela provou ser uma amazona corajosa!

Apesar disso, muitas fontes antigas parecem gravitar em uma qualidade: sua beleza excepcional, que cativou os homens em toda a Síria devido sua aparência deslumbrante e seu charme irresistível.

Grandeza de Palmira

Parada obrigatória para as caravanas que cruzavam os desertos, a riqueza que inundava Palmira deu a seus governantes os meios para embelezar sua cidade, bem como a confiança para se afirmarem regionalmente.

Conhecida como a “pérola do deserto”, a cidade oásis era famosa por seus magníficos edifícios, como o Arco do Triunfo e um impressionante teatro. Em meados do século III, Palmira já tinha certa independência, embora como estado dentro do Império Romano. Mas Zenóbia se empenhou em mudar isso!

Arco do Triunfo em Palmira, antes da destruição.
Arco do triunfo de Palmira, na Síria, antes da sua destruição pelo ISIS em 2015.

Odenato, um aliado – e uma ameaça – para Roma

Em 267, Zenóbia, de apenas 14 anos, se casou com Odenato, o governador da Síria conhecido como “Rei dos Reis” entre seu povo.

Odenato conquistou um relacionamento especial com Roma depois de expulsar os persas – conhecidos como Sassânidas – da Síria em 260. Isso permitiu que o governante de Palmira cobrasse seus próprios impostos. Um deles, um imposto de 25% sobre itens transportados por camelos (como seda e especiarias), permitiu que Palmira crescesse em riqueza e prosperidade.

O poder de Odenato substituiu os generais provinciais romanos no Oriente quando ele assumiu o título de Corrector totius orientis – uma posição responsável por todo o Oriente Romano.

Odenato, marido da rainha Zenóbia de Palmira.
Busto de Odenato datado de 250.

A morte de Odenato

Desde o início, Odenato afirmou estar agindo em nome de Roma, mas logo ficou claro que ele queria se estabelecer como monarca do Oriente. Dada a posição tênue de Roma, o novo imperador – Galieno, filho de Valeriano – tinha pouca escolha a não ser reconhecer o poderoso status do governante de Palmira.

Entretanto, as ambições de Odenato foram frustradas por uma intriga palaciana em 267. Ao retornar de uma campanha contra os godos na Capadócia (região central da Turquia), um parente o assassinou em seu palácio!

Rainha Zenóbia conquista o Egito

Assim, o momento de Zenóbia havia chegado. Seu filho com Odenato, Vabalato, era o herdeiro, mas ainda era uma criança. Zenóbia então declarou-se regente, o que lhe permitiu tomar o controle de territórios no Leste, que haviam sido tomados recentemente dos persas!

Ela executou os responsáveis ​​pela morte de seu marido e, em seguida, pôs fim aos boatos de que Palmira e seus domínios eram submissos ao Império Romano e seu imperador. A rainha guerreira soube aproveitar o momento de fraqueza do Império Romano.

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Ela desprezou o imperador Galieno e seus generais, que eram impotentes para detê-la. Quando o próximo imperador romano de mandato curto – Roma passava por uma crise, trocando de imperador num curto espaço de tempo – Cláudio, o Gótico, assumiu, ele não teve escolha a não ser reconhecer sua soberania. Zenóbia havia alcançado seu objetivo: tornar Palmira um reino independente!

Mapa do Reino de Palmira (em verde) em 271
O Reino de Palmira em 271 d.C.

Aos poucos, com astúcia e os sábios conselhos de seus conselheiros, Zenóbia ampliou o rompimento com Roma. Mantendo os persas afastados para o leste, ela anexou vários estados vizinhos, incluindo toda a Síria e a maior parte da Anatólia (atual Turquia)!

Em 269, ela enviou suas forças ao Egito e conquistou Alexandria. Em 270, ela já havia assumido o controle de todo o Egito, sua riqueza e os grãos que fornecia a Roma. Seu império parecia imbatível!

Aureliano: o rival de Zenóbia, Augusta

O imperador romano Aureliano foi sua ruína. Em 272, os godos foram subjugados e Aureliano evitou uma invasão bárbara no norte da Itália. Agora, ele poderia voltar o foco de Roma para subjugar esta incômoda rainha guerreira.

Aureliano era mestre em táticas militares. Ele se recusou a ficar parado enquanto Zenóbia se opunha abertamente à autoridade romana, cunhando moedas com “Zenóbia Augusta” e nomeando seu filho Vabalato como César. Apesar disso, a usurpadora também cunhou moedas que traziam o imperador Aureliano no anverso.

Moeda romana com o busto da rainha Zenóbia de Palmira.
Antoniniano raro da rainha Zenóbia, cunhado em 272 d.C. Traz o busto da governante no anverso. No reverso, mostra a deusa Juno em pé.

Aureliano avançou através da Ásia Menor e derrotou a legião de Zenóbia perto de Antioquia. As forças de Zenóbia foram forçadas a recuar para Palmira enquanto ela fugia de camelo. Mas a rainha não teve tempo de fugir. Aureliano juntou suas fileiras e capturou Zenóbia junto ao rio Eufrates, forçando sua rendição!

Moeda do imperador romano Aureliano e Vabalato d ePalmira.
Moeda cunhada na Antioquia em 271 d.C. No anverso mostra Aureliano (à esquerda) e, no reverso, Vabalato (à direita).

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O fim da Rainha de Palmira

O resultado exato disso não é claro. A maioria dos relatos diz que ela foi conduzida em um desfile pela Antioquia em 274, ou conduzida a Roma como prisioneira de guerra. Outros aludem a uma execução horrível.

Entretanto, a maioria dos historiadores acreditam que a rainha guerreira teve um final menos trágico. Zenóbia teria ganhado uma vila em Tibur que, a apenas 30km de Roma, se tornou uma atração turística popular para os moradores da capital!

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