As guerras púnicas foram travadas entre Cartago, poderosa potência marítima do Mediterrâneo, e a República Romana. As moedas antigas cunhadas na época, como o shekel cartaginês, traziam personagens e fatos importantes sobre essas histórias. Confira tudo no artigo abaixo!
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Cartago
Cartago foi uma cidade-estado localizada no Norte da África, próxima da Tunísia. Supostamente fundada pela lendária rainha Dido por volta de 800 a.C., foi uma das maiores potências militares e comerciais da Antiguidade.
A civilização cartaginesa (ou púnica, como era chamada pelos romanos) descendia dos fenícios e vivia do comércio marítimo. Cartago dominava a região do Mar Mediterrâneo, o que foi uma das razões das guerras púnicas (264 a 146 a.C.), travadas contra a República Romana.
Guerras Púnicas – Antecedentes
Os fenícios eram grandes navegadores, que tinham como principal atividade econômica o comércio marítimo. Após a conquista da Fenícia, os fenícios fundaram Cartago, que passou a dominar o Mar Mediterrâneo e alguns territórios próximos da Península Itálica.
Em contrapartida, Roma controlava a Península Itálica. Muitos cartagineses habitavam a ilha da Sicília, ao sul da Península Itálica, e estavam constantemente em luta contra as colônias gregas. Assim, os romanos interviram para conquistar também essa região.
Mas, a República Romana queria ir além. Mais tarde, o conflito também seria não só para ter o controle da Sicília, mas também para dominar o comércio de todo o Mediterrâneo ocidental!
Primeira Guerra Púnica (264 a 241 a.C.)
A primeira etapa das batalhas ocorreu em terra, no Norte da África e na Sicília. Depois, vieram os conflitos navais. Enquanto isso era uma nova forma de batalha para os romanos, os cartagineses eram especialistas nesse tipo de combate.
Então, com a ajuda dos gregos da região, os romanos copiaram os barcos púnicos e colocaram pontes nos barcos inimigos, possibilitando o combate corpo a corpo, especialidade dos romanos. Assim, Roma saiu vitoriosa, garantindo os territórios da Sardenha, Sicília e Córsega.
Segunda Guerra Púnica (218 a 201 a.C.)
A segunda guerra púnica é a mais conhecida dos três grandes conflitos entre essas cidades. É famosa pela travessia de Aníbal pelos alpes, que percorreu a Península Ibérica (conquistada pelo seu pai, o general Amílcar Barca) até a Península Itálica dando início a segunda guerra púnica.
Cartago venceu diversas batalhas iniciais, graças ao grande número de soldados e a estratégia de Aníbal, que consistia em usar elefantes como armas de guerra. Esse conflito se desenrolou praticamente todo em território romano. Até os romanos terem a ideia de atacar Cartago, obrigando Aníbal e seus soldados a retornarem para defender sua cidade!
Assim, a guerra tomou novos rumos e a derrota de Cartago veio na derradeira Batalha de Zama, em 202 a.C. O general romano, Cipião Africano, mesmo dispondo de menos soldados – enquanto Aníbal tinha um grande exército de soldados e elefantes – criou uma boa estratégia.
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Ele treinou seus soldados para assustarem e derrubarem os elefantes, que caíram em armadilhas ou recuaram para os soldados cartagineses, garantindo a vitória romana! O senado cartaginês assinou um acordo de paz e Cartago foi proibida de travar guerras com outros territórios sem a aprovação romana.
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Terceira Guerra Púnica (149 a 146 a.C.)
Após as duas primeiras guerras, os cartagineses buscaram na agricultura sua fonte econômica. O fato de não se deixar abater pela perda da hegemonia marítima e por procurar novas atividades para se desenvolver economicamente, levou Roma a temer que a cidade voltasse a prosperar.
Dizem que a frase “Cartago deve ser destruída” se tornou o lema de Roma e era recitada pelo senador Catão, o Velho em seus discursos. Assim, Roma mandou seus novos aliados na África, os Numidas, atacarem Cartago.
Como Cartago estava proibida de guerrear sem a aprovação do Senado Romano, eles imploraram para poder se defender dos Numidas. E durante três anos o Senado Romano negou o pedido.
Os cartagineses se defenderam mesmo sem o consentimento romano, dando motivos para que Roma atacasse novamente a cidade. E dessa vez, os romanos foram implacáveis!
Shekel – A cunhagem cartaginesa
A cunhagem de moedas cartaginesas teve início relativamente tarde, na última década do século V a.C. Os gregos, por exemplo, já cunhavam moedas séculos antes.
Inicialmente, os púnicos adotaram o tetradracma grego como moeda. Depois, cunharam sua própria unidade de peso, denominada shekel. Essa moeda tinha cerca de 7,2 gramas em prata e 7,5 gramas em ouro. Foram desenvolvidos primeiramente na Sicília, em meados do século IV. Depois essas peças passaram a ser cunhadas em outras localidades, como na região da Sardenha e na própria Cartago.
Cartago também cunhou moedas de meio shekel, 1 ²/³, duplo shekel e triplo shekel. Peças de 5 shekel foram emitidas na Sicília. As moedas púnicas podiam ser feitas de ouro, prata, eletro, bronze e tarugo.
Os desenhos mais comuns eram o deus Melqart no anverso, o cavalo no reverso e uma figura feminina identificada como a deusa Tanit. Durante a segunda guerra púnica, também foram emitidas peças com o retrato de Aníbal ou de seu pai Amílcar Barca e com a figura de um elefante.
Os shekel eram utilizados para o pagamento dos exércitos mercenários. Foram repetidamente degradados ao longo de cada uma das guerras púnicas, levando menos metais preciosos em sua composição.
Consequências das Guerras Púnicas para Cartago e para Roma
Após a derrota na terceira guerra púnica, Cartago foi completamente destruída e a população cartaginesa sobrevivente foi escravizada pelos romanos. Os romanos aniquilaram tão bem a cidade que até hoje os estudiosos não conhecem a exata localização de Cartago!
Inclusive, dizem que a raiva era tanta que os romanos jogaram sal por toda a cidade para que nada ali pudesse crescer. Mas, é provável que isso não passe de lenda, se levarmos em consideração o preço do sal naquela época.
Já os romanos, passaram a dominar o comércio marítimo do Mar Mediterrâneo. Isso aumentou o poder político romano na Europa e Norte da África, impulsionando novas conquistas territoriais para os romanos. E tudo isso possibilitou a formação do grande e poderoso Império Romano!
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