As moedas de Deméter, deusa grega da agricultura

Deméter era a deusa grega da agricultura e da colheita e representava o ciclo da vida.

Ela fazia parte dos 12 olimpianos originais e, embora não fosse uma das deusas mais mencionadas pelos antigos gregos, tinha um papel muito importante na religião. O festival em sua homenagem — Mistérios de Elêusis — era um dos mais populares de toda a Grécia Antiga e era comemorado duas vezes ao ano.

Ela é mais conhecida pelo mito em que sua filha Perséfone é raptada, no qual ela fica desolada e sai em sua busca. Abaixo você descobre tudo sobre essa divindade e ainda confere as moedas antigas que foram cunhadas representando seus mitos.

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Conheça os mitos e as moedas da deusa Deméter.

Quem era Deméter?

Era uma das filhas do governante do universo, Cronos (o titã do tempo), e de Reia (a titânide da fertilidade). Ao saber de uma profecia que afirmava que um de seus filhos o destronaria, Cronos engoliu cada um dos filhos que nascia: primeiro Héstia, depois Hera, Deméter, Hades e Poseidon. Quando nasceu o caçula Zeus, Reia o enganou e deu uma pedra para Cronos engolir em seu lugar.

Zeus foi criado em segredo e, quando estava forte o suficiente, ele voltou para salvar seus irmãos e derrotar Cronos. Ele deu ao pai uma bebida mágica que forçou Cronos a vomitar os filhos que havia engolido. Deméter e seus irmãos saíram do estomago do pai crescidos e prontos para a vingança!

Juntos, os irmãos derrubaram Cronos e deram fim à Era dos Titãs. Com o começo da Era dos Deuses, cada divindade recebeu seu título. Zeus se tornou o líder dos imortais e governante do céu. Poseidon se tornou o senhor dos Mares. Hades o deus do Submundo (Reino dos mortos). E Deméter tornou-se a deusa da Agricultura.

Assim, ela ensinou os humanos a plantar, arar e nutrir a terra para gerar alimentos. Seu nome romano era Ceres, de onde vem a palavra “cereal”.

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Características e símbolos

Estátua da deusa Deméter.
Estátua em mármore de Deméter. Cópia romana de original grega do século IV a.C.

Geralmente, essa deusa era representada com a aparência de matrona e totalmente vestida. Era retratada entronizada e regiamente sentada ou orgulhosamente em pé com a mão estendida.

Em suas representações, quase sempre está com sua filha Perséfone. Desse modo, algumas vezes é mostrada dirigindo uma carruagem com ela.

Mãe e filha eram tão unidas que até compartilham os mesmos símbolos: cetro, cornucópia, espigas de milho, um feixe de trigo, tocha e, às vezes, coroa de flores.

O nome Deméter é uma junção de duas partes. “Meter” significa “mãe”, o que se encaixa muito bem com ela. Sobre a primeira parte de seu nome, “De”, os historiadores ainda não chegaram num consenso. Alguns relacionam com “Ge”, ou seja, “Gaia”, afirmando que Deméter significa “Mãe da Terra”.

No entanto, outros estudiosos ligam “De” a “Deo”, um epíteto sobrevivente de Deméter, que pode estar relacionado a algum tipo de grão.

Mitos

Confira algum dos mitos mais conhecidos sobre essa divindade.

Deméter e Iasion

Certa vez, Deméter se apaixonou pelo mortal Iasion. Ela o seduziu no casamento de Cadmo e Harmonia e se deitou com ele num campo que tinha sido arado três vezes.

Zeus não achou certo que uma deusa tão respeitada tivesse um relacionamento com um mortal. Desse modo, o deus supremo atingiu Iasion com um raio.

Mas a deusa da agricultura já estava grávida e deu à luz aos gêmeos Pluto (deus da caridade, que enriquece quem o encontra) e Filomeno (patrono da lavoura).

Triptólemo e o ensinamento aos mortais

Moeda de ouro rara cunhada em Metaponto.
Estáter de ouro muito raro de Metaponto datado de 334-330 a.C. Anverso: busto da deusa Deméter. Reverso: talo de cevada.

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Quando Deméter estava em luto pela perda de Perséfone, ela viajou de cidade a cidade em uma busca desesperada. Ela vagava pela Grécia na forma de uma figura envelhecida e fraca, uma representação de sua dor.

Ao chegar em Elêusis, foi saudada e confortada pelo bondoso príncipe Triptólemo, que se tornou seu herói favorito. Para agradecê-lo pela hospitalidade, a deusa o presenteou com seu conhecimento e o ensinou a trabalhar a terra para que ele pudesse transmitir aos outros humanos.

A ira de Deméter

De acordo com a mitologia grega, ela era a deusa mais generosa do Olimpo. Entretanto, como todos os deuses, ela podia ser impiedosa. Em um de seus mitos, Erisictão, rei da Tessália, subestimou sua natureza. Ele começou a derrubar as árvores de um dos bosques sagrados de Deméter.

Ao golpear um carvalho, árvore favorita da deusa, o tronco ferido esguichou sangue. Essa árvore continha coroas simbólicas em agradecimento a cada favor que ela havia feito aos humanos. Além disso, dentro da árvore, havia uma dríade. Quando morreu, o espírito da árvore amaldiçoou o homem.

Deméter que já estava sabendo do ocorrido ficou mais do que feliz em decretar a maldição. Ela recorreu a Éton, a Fome, colocando-a no estômago do tolo rei. Assim, quanto mais Erisictão comia, mais fome sentia. Depois de gastar todo seu dinheiro, vender todos os seus pertences (inclusive a própria filha) para saciar sua fome, ele finalmente comeu seu próprio corpo!

Deméter e Zeus

De sua união com seu irmão Zeus, teve sua filha favorita: Perséfone. Seu mito mais famoso é sobre sua relação com ela.

Deméter e Perséfone: as estações do ano

Moeda romana antiga de Agripina Menor que traz a deusa Perséfone no reverso.
Raro AE de bronze patinado de Agripina Menor, cunhado em 59 d.C. Anverso: busto diademado de Agripina. Reverso: busto velado de Perséfone, papoula e duas espigas de grãos diante dela. A frequente associação de Agripina com Perséfone pode estar relacionada ao casamento incomum dela com seu tio Cláudio (41-54 d.C.). Na mitologia, Perséfone se casa com seu tio Hades. O interessante é que algumas moedas de Agripina Maior (mãe de Agripina Menor) mostram Deméter, a mãe da consorte de Hades.

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Na história mais famosa sobre Deméter, seu irmão Hades, o deus do Submundo, se apaixona por sua filha Perséfone e a sequestra. Em algumas versões, Hades pede a permissão de Zeus para isso e o deus supremo a concede.

Seja como for, a deusa ficou completamente desolada com o rapto de sua filha e saiu pela Grécia em sua busca. Em sua peregrinação, ela levava uma tocha acesa, que se tornou um de seus símbolos.

Com sua dor, ela tornou as terras inférteis e os seres humanos começaram a morrer de fome. Sem alimentos, os humanos também pararam de fazer sacrifícios aos deuses.

Zeus interviu e enviou Hermes, o mensageiro dos deuses, para buscar Perséfone no Submundo. Era sabido entre os deuses que quem se alimentava no Mundo dos Mortos não poderia mais sair. Mas Perséfone estava faminta e acabou comendo uma romã.

Quando Hermes chegou, contou a Hades o que estava acontecendo. E Hades decidiu que deixaria Perséfone voltar para o mundo dos vivos desde que ela passasse um quarto do ano (3 meses) no Submundo com ele.

Assim, nasceram as estações do ano. Quando Perséfone está com Hades, há o inverno com a dor de sua mãe. Quando ela retorna, chega com ela a primavera. Depois vem o verão. No outono, Perséfone está se preparando para voltar ao Submundo e Deméter já começa a sentir sua falta.

Os mistérios de Elêusis

Tábua grega antiga que retrata os mistérios de Elêusis.
Placa votiva conhecida como a Tábua de Ninnion representando elementos dos Mistérios de Elêusis, descoberto no santuário de Elêusis (meados do século IV a.C.).

Esse era um dos cultos mais populares da Grécia Antiga e era dedicado à deusa Deméter e à sua filha Perséfone. Foi realizado durante dois mil anos em Elêusis, uma cidade próxima a Atenas. Inclusive, existia uma estrada que ligava Atenas a Elêusis apenas para essa celebração!

Os participantes dos ritos peregrinavam de Atenas para Elêusis, simbolizando a busca da deusa Deméter por sua filha. Não se sabe muito sobre os Mistérios de Elêusis — já que era um ritual secreto — mas o que sabemos hoje é que uma das etapas incluía a encenação do rapto de Perséfone por Hades.

Os iniciados tinham que manter em segredo as práticas que aconteciam no ritual. Contar era punível com a morte! Acredita-se que entre os participantes estavam figuras históricas, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Cícero, entre outros.

Cereália, um festival romano

Os romanos cultuaram Deméter através de sua representação latina, Ceres. Eles a celebravam num festival de 7 dias chamado Cereália (ou Jogos de Ceres), que teve início no século III a.C. Nele, os romanos comemoravam a chegada da primavera e o fim do inverno.

Esses jogos consistiam na encenação da busca por Proserpina (versão romana de Perséfone) e eram representados por mulheres de branco correndo com tochas.

Moeda do imperador Nero que traz a deusa romana Ceres no verso.
Sestércio Orichalcum do imperador romano Nero, cunhado em 65 d.C. Traz o imperador laureado no anverso. No reverso, traz a deusa Anona em pé de frente para a deusa Ceres entronizada. Após o Grande Incêndio de Roma em julho de 64, Lugduno (atual Lyon na França) enviou uma fortuna a Roma para ajudar na reconstrução. No entanto, durante o inverno de 64 a 65, a cidade sofreu seu próprio incêndio catastrófico. Nero retribuiu, enviando dinheiro para sua reconstrução.

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