Obol de Caronte, o Barqueiro da Mitologia Grega

Obol ou Óbolo de Caronte é um termo para a moeda colocada na boca dos mortos antes do enterro. Fontes literárias especificam a moeda como um obol e explicam-na como um pagamento para Caronte, o barqueiro que transportava as almas através do rio que dividia o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Exemplares dessas moedas foram chamados de “os mais famosos bens mortuários da antiguidade”.

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Óbolo de Caronte, o barqueiro da mitologia.

Ritos funerários anteriores

Ofertas de comida, ferramentas, flores frescas e ocre vermelho (um pigmento mineral) eram cuidadosamente depositados em sepulturas Neandertal há cem mil anos.

Dentro de um século após o surgimento da cunhagem no século 7 a.C., as moedas começaram a aparecer em túmulos antigos. Um costume – mas não o único – era colocar uma única moeda de baixo valor na boca do falecido.

Mas as moedas também podiam ser encontradas nas mãos do falecido ou perto delas, a seus pés ou espalhadas na sepultura. Onde o costume era a cremação, moedas queimadas às vezes são encontradas com as cinzas em uma urna.

A partir de fontes antigas, sabemos que essas moedas eram chamadas de “obols de Caronte”.

Caronte

Pintura que mostra a travessia dos mortos no submundo na barca de Caronte.
Pintura sobre a travessia de Caronte. Por Alexander Litovcheko.

Na mitologia grega, Caronte era o barqueiro do submundo (ou Mundo Inferior) que levava as almas dos que partiram através de um rio até seu destino eterno. Na maioria dos textos gregos, o rio é identificado como Aqueronte.

Já nas obras latinas, é mais comumente chamado de Estige. E os mortos que não podiam pagar a passagem ou cujos corpos não foram enterrados, estavam condenados a vagar pela margem do rio.

Na arte, onde foi retratado pela primeira vez em um vaso ático datado de cerca de 500 a.C., Caronte foi representado como um velho taciturno e horripilante. Caronte aparece na comédia de Aristófanes, Rãs (406 a.C.); Virgílio o retratou na Eneida, Livro VI (século I a.C.); e ele é um personagem comum nos diálogos de Luciano (século II d.C.). Entretanto, são incertas a origem desta história, e até que ponto ela foi realmente acreditada!

Até onde se sabe, Caronte não aparece em nenhuma moeda antiga. Seu chefe, Hades (grego) ou Plutão (romano), o deus do submundo, aparece em uma ampla variedade de bronzes provincianos dos séculos II e III, geralmente no ato de sequestrar sua noiva, Perséfone (Proserpina em latim).

Moeda cunhada na Lídia do imperador romano, Vespasiano. Traz o deus Hades raptando Pérsefone.
AE do imperador romano Vespasiano (69-79). Traz o imperador laureado no anverso. No reverso, traz o deus Hades numa quadriga raptando Perséfone. Moeda cunhada na Lídia.

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Obol

Um obol (ou óbolo) era originalmente uma pequena moeda de prata, avaliada em um sexto de uma dracma. Depois que as cidades de língua grega do Mediterrâneo oriental foram absorvidas pelo Império Romano, “obol” foi frequentemente usado para descrever qualquer moeda de bronze de baixo valor.

No padrão de peso “Attic” de Atenas, um obol pesava 0,72 gramas. No padrão de peso mais antigo de Egina, um obol pesava 1,05 grama.

Obol cunhado em Atenas.
Obol cunhado em Atenas, datado de 460-455 a.C. No anverso, mostra a deusa Atena com capacete. Já no reverso, traz a coruja em pé.

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Obol cunhado em Egina.
Obol de Egina, datado de 510-485 a.C. Apresenta a tartaruga (símbolo monetário da pólis) no anverso.

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As moedas Obol são geralmente mais leves do que o peso teórico. As forjas antigas sofriam perdas, produzindo pequenas mudanças no metal precioso, e muitas vezes compensadas ajustando o peso para baixo.

A palavra grega “obol” originalmente significava “espeto para assar”, porque os feixes de espetos para assar de ferro serviam como uma forma primitiva de dinheiro antes da cunhagem.

Esses espetos são encontrados ocasionalmente em túmulos e tumbas antigas, talvez na expectativa de um banquete na vida após a morte. Os costumes funerários são altamente conservadores, então a pequena moeda pode ter servido como um substituto simbólico conveniente para o espeto de ferro!

Espetos de ferro usados cmo moedas primitivas na Grécia Antiga.
Seis espetos de ferro (Obol) exibidos no Museu Numismático de Atenas.

Óbolo de Caronte

Em latim, o obol de Caronte é, às vezes, chamado de viático, que significa “provisão para uma jornada”. O obol de Caronte também se tornou um termo alusivo. Nem sempre a moeda se tratava de um obol ou até mesmo se tratava de uma moeda.

Pequenos objetos em forma de moeda feitos de folha de ouro com vários desenhos aparecem ocasionalmente em relatórios de escavações ou no mercado de antiguidades. Os termos dânaca (um sinônimo do persa antigo para obol) ou lamela (em latim para “pedaço de folha”) são normalmente usados ​​para descrever tais artefatos.

Fontes literárias gregas e romanas do século V a.C. até o século II d.C. são consistentes em atribuir quatro características ao obol de Caronte: é uma moeda única de baixa denominação; é colocado na boca; a colocação ocorre no momento da morte; representa uma tarifa de barco.

Dois padrões foram usados mais comumente como obols de Caronte. O primeiro, traz o desenho de uma abelha, o que pode sugerir o desejo da família de que a vida no mundo inferior seja doce para seu ente querido:

Óbolo de Caronte, que traz abelhas no anverso e reverso.
Essas peças datadas do século V-I a.C. eram muito finas para usos normais e são frequentemente encontradas em sítios mortuários.

Já o segundo padrão apresenta a efígie de Medusa no anverso e âncora e crustáceo no reverso:

Dracma que traz a Medusa no anverso, usado como obol de Caronte.
Dracma datado do século IV a.C.

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Outras regiões

Esse costume está principalmente associado aos antigos gregos e romanos, embora também seja encontrado no antigo Oriente Próximo. Na Europa Ocidental, um uso semelhante de moedas em enterros ocorria em regiões habitadas por celtas das culturas galo-romana, hispano-romana e romano-britânica, e entre os povos germânicos.

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