Pax Romana: 200 anos de prosperidade do Império e as moedas da deusa da Paz

Pax Romana (latim para “Paz Romana”) foi um estado de relativa tranquilidade em todo o mundo mediterrâneo desde o reinado de Augusto (27 a.C.-14 d.C.) até o de Marco Aurélio (161-180 d.C.).

Este período de 200 anos de paz e prosperidade econômica também se estendeu ao norte da África e à Pérsia. O Império Romano permitia que cada província fizesse e administrasse suas próprias leis enquanto aceitava a tributação romana e o controle militar.

Durante a Pax Romana, o império atingiu seu auge em área territorial e sua população aumentou para cerca de 70 milhões de pessoas. Abaixo você confere tudo sobre o assunto. Veja também uma seleção com moedas da deusa Pax cunhadas pelos imperadores da época.

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As moedas da Pax Romana.

Augusto e o início da Pax Romana

Depois de derrotar seus inimigos, Augusto reviveu o poder político, militar e econômico da Roma Antiga durante seu reinado autocrático de quase 50 anos.

Ele garantiu que as legiões romanas recebessem pensões do tesouro público e não de seus generais. Desse modo, assegurou que os soldados não fossem mais incentivados a serem leais a seus comandantes, mas sim à Roma.

A Pax Romana não ocorreu naturalmente. Augusto tomou decisões deliberadas sobre para onde Roma deveria se expandir e onde deveria parar.

Augusto integrou os territórios recém-conquistados ao império descentralizando o poder da capital para as províncias locais. As províncias que aceitaram a tributação romana e o controle militar foram autorizadas a continuar costumes e religiões locais que não violavam diretamente a lei romana.

O primeiro imperador romano também ganhou apoio provincial por meio de reformas políticas. Ele instituiu um serviço público permanente que transferiu o poder dos nobres para os burocratas. Também criou um mecanismo para investigar e punir os governadores provinciais corruptos que usavam suas posições para ganho pessoal.

Moeda da Pax Romana cunhada pelo imperador Augusto com duas mãos no anverso
Reverso da moeda da Pax Romana de Augusto com SC

🔶 Acima: AE quadrans do imperador Augusto, datado de 9 a.C. Anverso: mãos entrelaçadas segurando caduceu. Reverso: SC (Senatus Consultum).

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Dinastias Imperiais

O período da Pax Romana viu vários imperadores e dinastias, alguns mais bem-sucedidos do que outros. No entanto, seus reinados eram estáveis, com imperadores governando por períodos prolongados.

Embora muitas dinastias tenham seguido uma sucessão familiar, o pragmático costume romano de empreender a adoção política permitiu que a sucessão imperial fosse amplamente versátil e resiliente.

A dinastia Júlio-Claudiana viu uma transição, pois os princeps se tornaram imperadores totalmente autocráticos. É claro que havia imperadores bons e maus.

Nesse período (27 a.C. a 68 d.C.), Augusto, Tibério e Cláudio eram altamente estáveis, com Calígula e Nero sendo muito mais erráticos. No entanto, o sistema imperial se manteve e, embora alguns imperadores não fossem populares, o próprio sistema era durável.

O sistema quase quebrou em 68/69 d.C., durante o ano dos quatro imperadores, quando vários pretendentes contestaram o direito de governar. No entanto, a Dinastia Flaviana (69 – 96 d.C.) de Vespasiano, Tito e Domiciano restaurou um período de estabilidade, embora Domiciano não fosse popular.

Sestércio que mostra o imperador Domiciano ainda como césar.

Sestércio do imperador Tito cunhado entre 80-81 d.C. Traz no anverso seu irmão caçula e futuro imperador, Domiciano como César. No reverso mostra a deusa Pax em pé à esquerda, segurando galho na mão direita e cornucópias na esquerda.

A segunda metade da Pax Romana foi dominada pela Dinastia Nerva-Antonina (96-192 d.C.) com os imperadores Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio e Cômodo. Os primeiros cinco deles ficaram conhecidos na história como os “cinco bons imperadores”.

O reinado do último, Cômodo, é amplamente aceito como o começo do fim da Pax Romana e do período áureo de Roma.

Principais avanços

Os 200 anos da Pax Romana viram muitos avanços e realizações, principalmente na engenharia e nas artes.

Para ajudar a manter seu império em expansão, os romanos construíram um extenso sistema de estradas. O investimento de recursos imperiais em grandes projetos de infraestrutura que seriam inacessíveis com recursos locais integrou as províncias e trouxe mais benefícios econômicos.

Apenas sob Augusto, Roma construiu 80.000 km de novas estradas que facilitaram o movimento de tropas, informações e mercadorias. A água que fluía através dos aquedutos romanos permitiu que as cidades prosperassem. Pontes e portos construídos por Trajano como parte de um enorme programa de obras públicas também estimularam o comércio.

Denário de Trajano com a deusa Pax no reverso.
Denário cunhado entre 103-111 d.C. Traz no anverso o busto do imperador Trajano (98-117 d.C.). No reverso mostra a deusa Pax em pé à esquerda, segurando cornucópias na mão esquerda, incendiando pilha de armas à esquerda com tocha.

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Muitos dos avanços na arquitetura e na construção basearam-se na descoberta do concreto pelos romanos. O concreto possibilitou a criação de enormes arcos arredondados e cúpulas.

Uma das estruturas mais famosas construídas durante a Pax Romana, o Panteão de Roma, possui uma das maiores cúpulas independentes do mundo até hoje.

Durante a Pax Romana, Roma tornou-se a capital econômica, política e cultural de todo o mundo ocidental.

Problemas durante a Pax Romana

Moeda de ouro romana com a deusa Pax no reverso.
Áureo do imperador Vespasiano datado de 75 d.C. No reverso traz Pax entronada à esquerda, estendendo o ramo de oliveira para baixo na mão direita, cetro longo transversal na mão esquerda. Essa peça pode ter sido cunhada como um apelo à deusa para que ela trouxesse a paz nos momentos finais da Primeira Revolta Judaica.

Embora relativamente pacífico, o Império Romano dificilmente foi desprovido de derramamento de sangue durante a Pax Romana. Imperadores tirânicos matavam rivais políticos enquanto Roma reprimia brutalmente as revoltas em províncias como a Judeia e a Britânia.

Por isso, é uma simplificação (e errôneo) pensar que a Pax Romana não teve problemas. Nesse período houve guerras, motins militares, incêndios, tumultos, desastres naturais, complôs, golpes e até uma breve guerra civil. No entanto, ainda era marcadamente mais estável do que a República tardia.

A Deusa Pax e suas moedas

Moeda de Marco Aurélio com a deusa Pax Romana.
AE As de Marco Aurélio. Reverso: Pax, drapeada, de pé à esquerda, segurando cornucópia no braço esquerdo e incendiando uma pilha de armas com a tocha na mão direita. Moeda datada de 176-177 d.C.

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A deusa Pax (equivalente romana da deusa grega Irene) era adorada não apenas em Roma, mas também em Atenas. Os atributos da Paz, como exibidos em medalhas, são o ramo de oliveira, as cornucópias; e muitas vezes o caduceu. Às vezes ela é representada incendiando uma pilha de armas.

A paz era considerada um poder que pertencia aos auspícios. Os Césares foram chamados Senhores da Paz e da Guerra (Pacis et Belli Domini). Assim, encontramos moedas dos imperadores proclamando Pax AVGusta, ou AVGusti; Pax Aeterna; Pax Perpétua; Pax Fundados; Pax Publica; Pax Ubique Parta.

E essas inscrições são acompanhadas de vários símbolos como o Templo da Paz, como nas medalhas de Augusto, ou o Templo de Janus fechado, como nas de Nero; ou uma mulher segurando uma cornucópia na mão esquerda como em peças de Augusto, Adriano, etc.

O símbolo da Paz Eterna, manifestado na figura da deusa incendiando uma pilha de armas tanto e ataques quanto defensivas, é visto nas moedas de Galba, Vitélio, Vespasiano, Antonino Pio, Marco Aurélio, entre outros.

A paz também é retratada por duas mãos direitas unidas em peças de Augusto e Antonino Pio. Ela também é representada sob a forma de um touro em uma moeda de Vespasiano.

Moeda antiga do imperador romano retratando a deusa Pax.
Denário de Antonino Pio cunhado em Roma entre 150-151 d.C. Mostra Pax de pé à esquerda, segurando galho e cetro no reverso.

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