As moedas do Imperador Tibério, o Paranoico

Tibério foi o segundo imperador romano, reinando de 14 a 37 d.C. Um dos menos populares de Roma, o imperador Tibério foi forçado a assumir a liderança, mas passou grande parte de seu governo morando remotamente na ilha de Capri. Paranoico, ele acabou sendo desprezado e rejeitado pelo povo romano.

Entre os eventos históricos que ocorreram durante seu governo, um dos mais importantes foi a crucificação de Jesus Cristo na província da Palestina.

Confira tudo sobre esse imperador romano neste artigo!

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Conheça as moedas do imperador Tibério.

Origem

Tibério era enteado do primeiro imperador romano, Augusto (27 a.C.-14 d.C.), e o relacionamento deles é muito debatido pelos historiadores. Muitos acreditam que Augusto forçou a sucessão do Império a Tibério, e que ele o odiava por isso. Outros acreditam que Augusto estava trabalhando em estreita colaboração com Tibério para garantir sua sucessão, enquanto tentava fazer parecer o contrário.

A mãe de Tibério, Lívia, casou-se com Augusto quando Tibério tinha três anos. Seu irmão mais novo, Druso, nasceu em janeiro de 38 a.C., poucos dias antes do casamento de Lívia com Augusto.

De acordo com Suetônio, o primeiro marido de Lívia e pai de seus dois filhos, Tibério Cláudio Nero, foi forçado por Augusto (ainda chamado Otaviano na época) a entregar sua esposa. Tibério e Druso viveram com o pai até a morte deste. Nessa época, Tibério tinha nove anos, então ele e o irmão foram morar com a mãe e o padrasto.

Seu pai fazia parte da gens Claudii, que era o nome familiar oposto que competia com o Julii, a família do imperador Augusto. Desse modo, junto com seu padrasto, o imperador Tibério ajudou a fundar a dinastia “Júlio-Claudiana”.

Moeda do segundo imperador romano, Tibério.
AE As de Tibério, cunhado entre 22-23 d.C.

A tristeza de Tibério

A relação com seu padrasto era complicada. Muitos estudiosos acreditam que Augusto forçou Tibério a acabar com seu primeiro casamento, com Vipsânia Agripina, com quem teve um filho.

Então, ele teve que se casar com a filha e herdeira de Augusto, Julia, que tinha acabado de ficar viúva. Tibério a odiava. Ela era uma adúltera em série e, para exilá-la, ele expôs suas muitas infidelidades.

Enquanto isso, ele ansiava desesperadamente por seu primeiro amor. Inclusive, há a história de que, certa vez, Tibério encontrou Vipsânia na rua, indo atrás dela chorando e pedindo perdão. Isso levou o imperador Augusto a garantir que nunca mais se veriam.

Muitos acreditam que essa experiência mudou o caráter de Tibério para sempre, transformando-o em um amargo misantropo!

Carreira Militar

Antes de se tornar imperador, Tibério foi um impressionante general, liderando com distinção uma série de campanhas militares, incluindo a segurança da Panônia no leste e a estabilização da área ao redor do Reno no norte.

Na verdade, ele já tinha uma longa carreira militar e se tornou imperador apenas aos 55 anos.

Imperador Tibério em moeda romana antiga.
AE As datado de 34-35 d.C. Traz o imperador Tibério laureado no anverso. No reverso, caduceu alado, S-C à esquerda e à direita (Senatus Consultum).

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O reinado do imperador Tibério

A princípio, Tibério desprezava os bajuladores, intervinha em questões de Estado para controlar abusos e excessos, aboliu os cultos egípcios e judaicos em Roma e baniu os astrólogos. Ele consolidou os pretorianos por eficiência e esmagou tumultos na cidade.

No entanto, seu reinado decaiu quando informantes acusaram homens e mulheres romanos de muitos crimes, até mesmo tolos, que levaram à pena capital e ao confisco de suas propriedades.

Homem tímido e reservado, com o tempo tornou-se paranoico, acreditando em possíveis golpes de estado e conspirações. Há relato de um episódio no qual as legiões do Reno se rebelaram clamando Germânico (filho adotivo e sobrinho biológico de Tibério, e comandante dessa legião) como sucessor de Augusto.

A rebelião foi contida pelo próprio Germânico, que morreu em circunstâncias estranhas após passar a ser evitado por Tibério.

Como foi apontado como um dos principais suspeitos pela morte do sobrinho, o imperador começou a ganhar impopularidade, promovendo a instabilidade dentro da família imperial. Inclusive, durante seu governo, Tibério foi acusado de mandar matar muitas pessoas, entre familiares e antigos aliados.

Em 26 d.C., temendo ser assassinado, Tibério se exilou em Capri, deixando o império no controle de seu conselheiro Lúcio Sejano. Sua estadia na ilha, era regada de histórias escandalosas e lascivas.

Em 31 d.C., Sejano foi executado por traição. Até esse momento, as pessoas culpavam Sejano pelos excessos do imperador, mas com sua morte, a culpa recaiu apenas em Tibério. O império continuou a funcionar sem a intervenção direta do governante, que permaneceu em Capri.

Durante o exílio em Capri, Caio (Calígula), sobrinho-neto de Tibério, morou com ele. Tibério incluiu Calígula como co-herdeiro em seu testamento. O outro herdeiro era Tibério Gêmelo, neto biológico do imperador.

Famosa moeda Bíblica do tributo.
Moeda do tributo, citada na Bíblia em Mateus 22:19-21. Este denário mostra no anverso o imperador Tibério. No reveso, traz sua mãe, Lívia, como deusa Pax.

Morte do imperador Tibério

Nos últimos anos de seu reinado, Tibério tornou-se cada vez mais paranoico, impondo inúmeros julgamentos por traição. Permaneceu recluso em Capri.

Em 37 d.C., o imperador Tibério morreu aos 77 anos de morte natural — alguns acreditam na versão de que foi assassinado, supostamente nas mãos do prefeito da Guarda Pretoriana, Nevius Sutorius Macor, com a ajuda de Calígula, seu sucessor no trono.

Legado

Apesar do modo como o imperador é lembrado na história, vale ressaltar que Tibério deixou no Tesouro cerca de três bilhões de sestércios! Ao invés de se aventurar em campanhas caras, ele fortaleceu o império através da construção de defesas e uso de diplomacia nas disputas com outros governantes. E essas estratégias políticas foram fundamentais para a consolidação do Império Romano!

Moeda do imperador Tibério cunhada no fim de seu reinado.
AE As que mostra no reverso S-C à esquerda e à direita do leme colocado verticalmente no globo com faixas; pequeno globo na base do leme. Cunhado entre 36-37 d.C.

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