Constantinopla: a ascensão e a queda de uma das cidades mais importantes da História

Constantinopla foi a capital dos antigos impérios Romano e Bizantino. Foi construída sobre sete colinas, dividida em 14 regiões e atravessada por um rio.

Era o centro político, administrativo, econômico, religioso e cultural do império. Era uma cidade exótica, lotada, com os mais suntuosos templos e palácios exuberantes. Confira tudo abaixo!

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Ascensão e Queda de Constantinopla.

A antiga cidade de Bizâncio

A história dessa cidade começa antes de adquirir o nome “Constantinopla”. Foi fundada em 657 a.C. por colonos gregos da cidade-estado de Mégara, que estavam em busca de aventuras, territórios e oportunidades. Conforme a lenda, seu fundador foi Bizas.

Manteve sua independência como cidade-estado até ser anexada pelo rei Dario I do Império Persa em 512 a.C. Dario a viu como um local potencial para a construção de uma ponte sobre o Estreito de Bósforo para a Europa. Permaneceu sob o controle dos persas até 478 a.C., quando uma coalizão de gregos liderada pelo general espartano Pausânias rebateu a invasão persa.

A cidade-estado foi capturada pelos gregos e subordinada aos atenienses e depois aos espartanos. No século IV a.C., o próprio rei Filipe II da Macedônia tentou sitiar a cidade, isso até que, segundo a lenda, os cães da cidade latiam e alertavam os habitantes que passavam em defesa. Em 150 a.C., Bizâncio concluiu um tratado com a ascendente Roma, pagando tributo em troca do reconhecimento do status de independência. Era reconhecida pela sua posição geográfica, difícil de sitiar e capturar, pois se localizava na intersecção dos dois grandes eixos comerciais.

Entretanto, o imperador romano Sétimo Severo a sitiou, capturou e a destruiu. O historiador Cássio Dio o criticou por destruir uma cidade com potencial de se tornar uma base de operações contra os bárbaros no Ponto e na Ásia. Severo a reconstruiu no final do reinado como Augusta Antonina, fortificando-a com novas muralhas, conhecidas como Muralhas de Severo.

Denário de prata antigo do imperador romano Sétimo Severo.
Denário de Sétimo Severo. Traz Liber e Hércules no reverso em pé, um de frente para o outro.

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Constantino funda Constantinopla, a Nova Roma (330 d.C.)

Desse modo, Bizâncio já estava sob o poder dos romanos há mais de um século, mas Constantino a reconstruiu e expandiu em escala monumental!

Do ponto de vista militar, durante seu governo (306-337 d.C.), ele percebeu que seria mais fácil afastar ameaças do Leste e proteger valiosos territórios no Egito se mudasse sua capital para um local mais defensável do Leste.

Então, ele deixou Roma definitivamente para construir uma cidade imperial que glorificaria tanto seu poder quanto sua fé! Fundou então Constantinopla — nomeada assim só após sua morte, significando a “cidade de Constantino” — chamada de Nova Roma, em 11 de maio de 330 d.C.

Ele triplicou o tamanho da cidade já existente e ofereceu cidadania plena e pão gratuito para incentivar homens de posição social a se mudarem para lá com suas famílias! Também decorou a cidade e iniciou a construção de vários templos e igrejas.

A nova capital tinha um grande palácio, imponentes salas legislativas e igrejas. Os cristãos foram bem-vindos e outras crenças foram, no geral, toleradas. Gradualmente, Constantinopla começou a “eclipsar” a grandiosa cidade de Roma, tornando-se um próspero e importante centro de fé, poder, comércio e arquitetura.

Fólis romano do imperador Constantino, cunhado em Constantinopla.
Fólis do imperador Constantino, cunhado em Constantinopla entre 330-335. Anverso: busto do imperador com diadema de roseta, drapeado e couraçado à direita. Reverso: dois soldados segurando lanças e escudos, dois estandartes entre eles.

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Helena de Constantinopla

Santa Helena ou Helena de Constantinopla foi uma imperatriz romana, primeira esposa do imperador Constâncio Cloro (305-306 d.C.) e mãe do imperador Constantino. Mas ela é mais conhecida por sua famosa peregrinação a Jerusalém, onde a tradição afirma que ela encontrou a verdadeira cruz de Cristo e construiu a Basílica do Santo Sepulcro.

Constâncio divorciou-se de Helena em 293 d.C. para se casar com Teodora, filha de Maximiano (286-305 d.C.), um dos imperadores romanos da tetrarquia da época.

Após a separação de Helena e Constâncio, ela desapareceu dos registros históricos até 306, quando Constantino se tornou imperador e ela foi morar com o filho na corte. Constantino gostava muito de sua mãe e a elevou a Augusta.

Na historiografia, não há provas conclusivas do papel de Helena na conversão de Constantino ao cristianismo. Constantino sempre teve grande tolerância para com os cristãos, razão pela qual ele promulgou o Edito de Milão em 313 d.C., encerrando a perseguição que Diocleciano havia iniciado em 303, por exemplo.

Santa Helena é a padroeira dos casamentos difíceis, dos divorciados, dos convertidos e dos arqueólogos. Seu dia de festa é 18 de agosto.

Queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.)

Após a morte do imperador Teodósio I em 395, ocorreu uma grande revolta no império, e seus filhos o dividiram permanentemente. Após a divisão, Constantinopla tornou-se a capital do Império Bizantino nos anos 400.

A cidade tornou-se distintamente grega, em oposição à sua antiga identidade latina do Império Romano. Como estava no centro de dois continentes, tornou-se um centro de comércio, cultura e diplomacia na Idade Média.

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Constantinopla durante e após o governo de Justiniano I

Solidus do imperador bizantino Justiniano I.
Solidus de Justiniano I cunhado em Constantinopla. Anverso: busto com capacete e couraça virada, segurando globus cruciger e escudo decorado com soldado a cavalo à direita. Reverso: anjo em pé, segurando cruz longa e globus cruciger; estrela para a direita.

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Justiniano I (527 a 565 d.C.), resistiu à Revolta de Nica no início de seu mandato e aproveitou a ocasião para realizar extensas reformas na cidade. Ele lançou campanhas militares bem-sucedidas que ajudaram os bizantinos a recuperar territórios perdidos com o colapso do Império Romano do Ocidente no século V, expandindo suas fronteiras para cercar o Mar Mediterrâneo.

Além disso, Justiniano estabeleceu um sistema uniforme de leis com o Código Justiniano, que serviria como um modelo para as civilizações vindouras.

Depois, além de estimular a disseminação da iconoclastia no Império, Leão III (717 a 741 d.C.) lutou contra um cerco árabe à cidade e estabilizou o trono após os últimos anos de agitação. Ele foi o primeiro imperador da dinastia Isáurica.

Da mesma forma, Basílio I (867 a 886 d.C.) lançou o que se tornou a dinastia macedônia de dois séculos. Apesar de seu analfabetismo, ele seguiu Justiniano realizando reformas e, com sucesso, empurrou as fronteiras do império para o sul.

Constantinopla mapa

Mapa de Constantinopla.
Expansão do Império Bizantino durante o longo reinado de Justiniano.

Basílica de Santa Sofia

A Basílica de Santa Sofia (Agia Sophia, que significa “Sagrada Sabedoria”) marcou um triunfo do projeto arquitetônico. Construída no local das antigas igrejas imperiais por Justiniano I, foi concluída em menos de seis anos por uma força de 10.000 trabalhadores. O próprio imperador Justiniano acompanhou a finalização da obra que era a maior catedral do mundo na época.

Quatro colunas sustentavam uma cúpula maciça com um diâmetro de mais de 30 metros, enquanto seu mármore polido e mosaicos deslumbrantes davam à Agia Sophia a impressão de estar sempre bem iluminada.

Ela é considerada a síntese do que é a arquitetura bizantina e, inclusive, é tida como um edifício que mudou a história da arquitetura! Por quase mil anos, ela foi a maior catedral do mundo, perdendo seu posto só em 1520 com a construção da Catedral de Sevilha.

Queda de Constantinopla (1453)

Famosa por sua imensa riqueza, Constantinopla suportou pelo menos uma dúzia de cercos ao longo de seus mais de 1.000 anos como capital do Império Bizantino. Estes incluíram tentativas de exércitos árabes nos séculos VII e VIII, bem como os búlgaros e os rus nos séculos IX e X.

No início do século XIII, antes de ir para Jerusalém, os exércitos das Cruzadas foram desviados para Constantinopla por causa de uma luta pelo poder. Quando seus pagamentos prometidos falharam, eles saquearam a cidade em 1204 e estabeleceram um estado latino.

Embora os bizantinos tenham recuperado o controle de Constantinopla em 1261, a cidade permaneceu o único grande centro populacional do que era agora uma concha do império.

Pouco depois de ascender ao trono otomano em 1451, Maomé II começou a formular planos para um grande ataque a Constantinopla. Com o tamanho esmagador de suas forças armadas e vantagens adicionais obtidas pelo uso da pólvora, ele teve sucesso onde seus antecessores falharam, reivindicando a cidade para o domínio muçulmano em 29 de maio de 1453.

Esse acontecimento é tão importante que foi escolhido pelos historiadores como o fato que marca a transição da Idade Média para a Idade Moderna.

Constantinopla hoje: Istambul

Constantinopla é a atual Istambul, na Turquia. Seu atual nome foi outorgado em 1930. Muitas pessoas acreditam que Istambul é a capital da Turquia, porém, embora Constantinopla tenha sido a capital dos impérios romano e bizantino, com o estabelecimento da República em 1923, a capital passou a ser Ancara e não Istambul.

Basílica de Santa Sofia em Istambul, antiga Constantinopla.
Santa Sofia em Istambul, na Turquia.

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