Imperador Cláudio: o improvável herói de Roma

O imperador Cláudio era um dos homens mais improváveis de se tornar um grande imperador romano.

Desacreditado desde criança, assumiu o trono do maior império da antiguidade aos 50 anos e se mostrou um governante capaz, oferecendo estabilidade política e sendo muito querido pelo povo de Roma. Seu maior legado foi a conquista da Britânia (Inglaterra e País de Gales). Confira os detalhes dessa história abaixo!

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Conheça a história e as moedas antigas do imperador Cláudio.

Origem do Imperador Cláudio

Nascido Tibério Cláudio César Augusto Germânico, em 1 de agosto de 10 a.C., em Lugduno, na Gália (atual Lyon, na França), era filho de Druso (irmão de Tibério), e de Antônia (filha de Otávia com Marco Antônio). Assim, Cláudio foi irmão do general Germânico, sobrinho do imperador Tibério e neto de Lívia Drusa, esposa do imperador Augusto.

Dentro de uma família tão poderosa e influente, Cláudio foi ridicularizado. Quando nasceu, apresentava uma série de doenças físicas, que incluíam tremores, nariz escorrendo e espuma pela boca, o que os historiadores hoje acreditam ter sido um tipo de paralisia cerebral. Além disso, era gago e manco, condições que fizeram com que sua família tivesse vergonha dele e o incentivasse a se manter afastado das questões políticas.

Entretanto, isso foi a melhor coisa que fizeram por ele. Afastado dos deveres políticos, Cláudio passava a maior parte do tempo lendo, tornando-se um erudito cujo grande intelecto impressionou até mesmo o historiador Tito Lívio, que recomendou a Cláudio que se tornasse escritor. Assim, ele produziu uma série de livros sobre a história romana. Esse grande conhecimento em história e governo foram muito úteis e fizeram dele um excelente imperador quando este momento chegou.

Ascensão ao Poder

Estátua do imperador romano Cláudio num Museu do Vaticano.
Estátua do imperador Cláudio no Museu Pio-Clementino no Vaticano.

Ter sido mantido fora dos holofotes por seus próprios familiares também poupou Cláudio de um terrível destino: o de ser envolvido em conspirações e acabar assassinado. Seu irmão Germânico, popular general e preferido para ocupar o trono após Tibério, não escapou de tal sina.

Após a morte de Tibério, em 37 d.C., Calígula, sobrinho de Cláudio e filho de Germânico, assumiu o poder. Entretanto, seus exageros e sua tendência à depravação criaram instabilidade no império, o que fez com que a própria guarda pretoriana o assassinasse em 41 d.C. Após o violento ato, os pretorianos encontraram Cláudio tremendo atrás de uma cortina. Imediatamente o proclamaram o novo imperador de Roma, aos 50 anos de idade. Ele era o único familiar de Calígula adulto e do sexo masculino.

Depois de testemunhar o poder da guarda pretoriana em se livrar de um imperador inconveniente, Cláudio comprou a lealdade de seus soldados oferecendo a cada membro uma soma adicional de 15 mil sestércios.

Cláudio foi o quarto imperador romano, pertencente à Dinastia Júlio-Claudiana, sendo o primeiro governante do império nascido fora da Península Itálica.

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Reinado 

Após sua ascensão ao poder, muitas de suas deficiências físicas diminuíram ou até mesmo desapareceram completamente. Essa recuperação surpreendente e algumas afirmações futuras do próprio imperador sobre algumas de suas condições serem falsas, levaram alguns historiadores a sugerir que Cláudio tivera participação no assassinato do sobrinho, premeditando sua ascensão ao trono.

Seja como for, o imperador Cláudio foi um excelente governante e muito popular com o povo. Depois de anos de instabilidade, com as paranoias de Tibério e os excessos de Calígula, Cláudio fez o povo romano sentir segurança novamente, lembrando os tempos de ouro do governo de Augusto (27 a.C. – 14 d.C.).

Moeda romana antiga que comemora a conquista da Britânia.
Denário de prata cunhado entre 49-50 d.C. Mostra o busto laureado de Cláudio no anverso. O reverso representa a conquista da Britânia, mostrando a estátua do imperador no cavalo entre dois troféus em cima de um arco triunfal.

Além de recuperar o império em termos econômicos, e apesar de não ter sido incentivado à vida militar, Cláudio também teve grandes vitórias. Seu principal legado foi a conquista da Britânia, uma das maiores conquistas militares do primeiro século! 

Em seu retorno, ele foi homenageado com um arco triunfal (Arco de Cláudio) na Via Flamínia. A inscrição no monumento elogiava o imperador por aceitar a rendição de 11 reis da Britânia e por trazer o povo bárbaro além do oceano sob domínio de Roma pela primeira vez.

Esposa do imperador Cláudio

Enquanto a vida como imperador foi bem-sucedida, não é possível dizer o mesmo da vida amorosa. O imperador Cláudio casou quatro vezes. Os dois primeiros casamentos terminaram em divórcio. Já a terceira esposa, com quem tivera seus dois filhos, Britânico e Otávia, foi acusada de vários casos escandalosos e de tramar contra ele. Cláudio executou ela e seu amante. 

Sua quarta esposa foi Agripina, a Jovem, uma mulher bela e ambiciosa. Era sua sobrinha, filha de seu irmão Germânico e irmã de Calígula. Ela tinha grandes aspirações para seu filho Nero, manipulando Cláudio para colocá-lo como herdeiro do trono no lugar de Britânico.

Cláudio e Agripina em moeda romana antiga.
Cistóforo cunhado em Éfeso, na Jônia. Traz no anverso o busto laureado de Cláudio e o busto drapeado de sua esposa, Agripina II. No reverso mostra uma estátua de culto da deusa Diana (Ártemis). Datado de 41-54 d.C.

Morte de Cláudio

Cláudio começou a questionar se deveria mesmo dar a sucessão do trono ao enteado Nero em vez de oferecê-la ao próprio filho. Em 54 d.C., aos 63 anos, depois de comer um prato de cogumelos, o imperador Cláudio morreu misteriosamente. Diante de circunstâncias tão suspeitas, os historiadores acreditam que Agripina envenenou o próprio marido antes que ele retirasse Nero da linha de sucessão.

Sucessão

Com a morte do imperador Cláudio, seu enteado Nero foi elevado ao poder. Cláudio foi deificado pelo Senado Romano, sendo o segundo imperador proclamado como deus (o primeiro tinha sido Augusto). No começo, o sucessor Nero prestou homenagens póstumas a Cláudio, como era costume entre os imperadores romanos. Porém, depois de um tempo, o novo imperador cancelou tudo e proclamou Cláudio demente e inapto a governar.

Com a ascensão de Nero, os romanos se viram afundados em instabilidade e loucuras uma vez mais.

Áureo de Cláudio e Nero.
Áureo datado de 50-54 d.C. Apresenta a cabeça laureada de Cláudio no anverso e traz seu enteado Nero, como César, no reverso.

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