O Império Bizantino durou por 11 séculos, tendo sido governado por inúmeros imperadores bizantinos. Oficialmente, esse império começou em 395 d.C., após a morte do imperador romano Teodósio, que marca a divisão oficial entre Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino). Entretanto, de acordo com a historiografia, 330 d.C. pode ser considerado o ano de sua fundação, pois foi quando o imperador Constantino, o Grande, transferiu a sede administrativa do império para Constantinopla (chamada Nova Roma, cidade que anteriormente era a cidade grega de Bizâncio).
Após 476 d.C., mesmo com a queda do Império Romano Ocidental, o Império Bizantino emergiu como uma grande potência, graças a sua localização que permitia o comércio, sendo o único império a oeste da China a sobreviver da Antiguidade ao início da Idade Moderna!
Por mais de um milênio, vários herdeiros de Roma sentaram no trono bizantino. Selecionamos 5 grandes imperadores bizantinos para você conhecer. Boa leitura!
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Constantino, o Grande
Constantino, o Grande (r. 306-337 d.C.) é reconhecido como um dos imperadores mais influentes da História, tanto no contexto do Império Romano quanto do Império Bizantino.
Após um período de 30 anos, ele foi o primeiro imperador romano a governar sozinho, unificando os dois lados do império (que já era dividido administrativamente desde o período da Tetrarquia), em 324 d.C.
Durante seu governo, ele estabeleceu importantes reformas de cunho administrativo, monetário (com a criação de uma nova moeda), militar e religioso. Em 330 d.C., ele inaugurou a cidade de Nova Roma — mais tarde renomeada como Constantinopla, que significa “a cidade de Constantino”. Essa capital oriental e os fundamentos cristãos que ele estabeleceu para o império continuaram a prosperar por quase mil anos após a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., o que faz de seu governo um ponto extremamente significativo entre a História Antiga e a Idade Média!
Abaixo você confere um fólis do imperador Constantino I, cunhado em Arles, em 319 d.C. No reverso mostra duas deusas Vitórias olhando uma para outra.
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Imperador bizantino Justiniano I
Também conhecido pelo epíteto “o grande”, Justiniano é frequentemente apontado como um dos melhores imperadores bizantinos.
Ele governou de 527 a 565 d.C. e é aclamado devido às suas notáveis realizações e o impacto duradouro que elas tiveram no império bizantino. Ele fortaleceu a administração por meio da reorganização da burocracia imperial, do fortalecimento do poder central e da promoção da justiça e igualdade perante a lei.
Esse ambicioso imperador bizantino também tinha o sonho de reconquistar os territórios romanos do ocidente, há anos sob domínio dos povos germânicos. Embora tenha obtido apenas sucesso parcial, Justiniano conseguiu retomar partes importantes do antigo império romano, incluindo partes da Itália e do Norte da África.
Além disso, Justiniano é famoso por sua contribuição legal e legislativa. Seu ‘Código de Justiniano’, uma compilação abrangente das leis romanas conhecida como Corpus Juris Civilis, teve um impacto profundo no desenvolvimento do sistema legal. Esse código influenciou o direito civil em toda a Europa e continua a ser uma referência importante na área jurídica até hoje!
A influência de Justiniano também se estendeu à renovação arquitetônica do império. Como um homem religioso, ele dirigiu a construção da famosa Haglia Sophia, a majestosa Igreja de Santa Sofia em Constantinopla, que continua sendo uma das estruturas mais impressionantes do mundo.
Heráclio, o Jovem
Heráclio foi um dos imperadores bizantinos mais importantes, governando de 610 a 641. Ele enfrentou desafios cruciais durante seu reinado, incluindo as invasões sassânidas (uma das dinastias persas) e a expansão islâmica.
Nesse sentido, esse imperador bizantino conduziu campanhas militares bem-sucedidas contra os sassânidas, que tinham invadido o território imperial, tomando todas as províncias orientais. Liderando pessoalmente seus exércitos, Heráclio conseguiu não apenas defender o Império, mas derrotar os sassânidas em seu próprio território. Seu retorno triunfante com a Verdadeira Cruz a Jerusalém (que tinha sido roubada pelos persas) marcou o fim da última guerra romano-persa, também conhecida como “A última grande guerra da antiguidade”.
Além disso, suas reformas administrativas e religiosas promoveram a estabilidade interna. Desse modo, o reinado de Heráclio deixou um legado no Império Bizantino, marcado por suas realizações militares, resistência e reformas. Após sua morte, foi sucedido por seu filho Heráclio Constantino (também chamado Constantino III).
⬆️ Solidus de ouro mostrando o imperador Heráclio com seu filho Heráclio Constantino (anverso) e a Verdadeira Cruz (reverso), 610-641 d.C.
Basílio II
Basílio II Bulgaróctono (o Mata-búlgaros) é conhecido por ter sido um imperador guerreiro, batalhando incansavelmente contra inúmeros inimigos do império. Sua conquista mais significativa foi a subjugação completa dos búlgaros, evento que lhe deu a alcunha ‘bulgaróctono’. Essa vitória foi tão importante, pois, pela primeira vez desde o século VII, a fronteira do Danúbio estava sob controle imperial, juntamente com toda a península balcânica.
Ele reinou de 976 a 1025, sendo o primeiro imperador desde Augusto (r. 27 a.C. a 14 d.C.) a ter um longo reinado. No final de seu governo, a esfera de controle de Constantinopla se estendia do sul da Itália à região do Cáucaso, bem como do Danúbio na Europa ao Levante.
Infelizmente, seu trabalho foi rapidamente desfeito por seus sucessores.
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Aleixo I Comneno
Aleixo I Comneno (1081–1118) é celebrado como um dos grandes imperadores bizantinos devido à sua restauração e estabilização do império, suas conquistas militares e fundação da dinastia Comneno. Seu governo deixou um impacto duradouro no Império Bizantino, pavimentando o caminho para um período de relativa estabilidade e prosperidade.
Ele ascendeu ao trono num momento de grande agitação, quando o império estava sendo ameaçado pelos turcos seljúcidas de um lado e pelos normandos do outro. Aleixo conseguiu derrotar os normandos, mas suas forças eram inadequadas para lutar contra os seljúcidas na Anatólia. Ele solicitou ajuda ao ocidente, mas o que conseguiu foi a Primeira Cruzada.
Ainda assim, Aleixo aproveitou ao máximo essa situação, recuperando alguns territórios perdidos com a ajuda dos cruzados, incluindo Niceia e grande parte do litoral da Anatólia.
Seus sucessores continuaram a guerra contra os seljúcidas, mas não conseguiram expulsar o inimigo da Anatólia. Para piorar a situação, as Cruzadas minaram gradualmente o poder bizantino e, em 1204, Constantinopla caiu nas mãos dos latinos. Em 1453, os turcos otomanos conquistaram Constantinopla, dando um fim definitivo ao Império Romano Oriental.
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