A cunhagem de Pérgamo

A antiga cidade de Pérgamo, no noroeste da Ásia Menor, cresceu de origens humildes para se tornar uma das principais cidades do mundo greco-romano.

Por cerca de 7 séculos, incontáveis ​​moedas foram cunhadas dentro de suas paredes fortificadas. E, para a sorte dos colecionadores, muitas delas sobrevivem até hoje!

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Conheça as moedas cunhadas em Pérgamo.

A cidade

Pérgamo era uma antiga cidade grega da Mísia, situada a 25 km do Mar Egeu. Hoje, o local é ocupado pela moderna cidade de Bergama, em Izmir, província da Turquia.

Uma fortaleza natural, estava localizada ao longo das principais rotas comerciais e comandava uma grande planície fértil. Embora evidências arqueológicas mostrem que foi ocupada pelo menos desde o século VIII a.C. (se não antes, durante a Idade do Bronze), Pérgamo não é mencionada por autores antigos até eventos históricos de cerca de 400 a.C.

Ruínas da cidade de Pérgamo.
Ruínas da antiga cidade.

Entretanto, a cidade tornou-se importante apenas na era helenística (323-30 a.C.), quando serviu como residência da dinastia Atálida. Atualmente, Pérgamo está na lista de patrimônio mundial da UNESCO desde 2014.

Alexandre e Lisímaco

Em cerca de 546 a.C., a cidade fazia parte do reino da Lídia. Depois, assim como outras cidades gregas, ficou sob domínio da Pérsia.  Quando o jovem Alexandre, o Grande, conquistou a Pérsia em 334 a.C., foi usada como base dos campos de batalha, devido sua localização estratégica.

Diobol de prata antigo que retrata o deus Apolo e um governante persa.
Diobol de prata datado de 450-400 a.C. Traz o busto do deus Apolo no anverso e um sápatra (governante persa) no reverso.

Após a morte de Alexandre na Babilônia em 323 a.C., seus generais dividiram o império. Lisímaco (360 – 281 a.C.), ganhou o controle da Trácia e lutou para expandir seu território nas guerras complexas dos sucessores de Alexandre.

Raro estáter de ouro de Alexandre, o Grande, cunhado em sua campanha de conquista da Pérsia.
Estáter de ouro de emissão isolada da década de 330 a.C. Alexandre, o Grande, mandou cunhar essa série como parte de sua campanha contra os persas. Traz a cabeça de Héracles (padrão comum de seu tetradracma) no anverso e a deusa Atena no reverso.

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A cidade era uma das muitas casas da moeda onde Lisímaco emitia abundantes tetradracmas de prata, com a cabeça de Alexandre deificado no anverso e com Atena sentada no reverso.

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Em 282 a.C., Filatero, seu antigo aliado, mudou de lado, jurando lealdade a Seleuco, outro senhor da guerra e fundador da dinastia Selêucida, que durou até 63 a.C. Lisímaco morreu numa batalha contra Seleuco em 281. Assim, Filatero governou o reino de Pérgamo durante 20 anos, até sua morte, sendo sucedido por seu sobrinho Eumenes I.

Dinastia Atálida (281-133 a.C.)

Inicialmente, os atálidas governaram Pérgamo como vassalos do Reino Selêucida. Mas Eumenes I declarou-se independente de Antíoco I (263 a.C.). Quando morreu em 241, foi sucedido por seu sobrinho Átalo I, que derrotou os Gálatas e assumiu o título real. Assim, a dinastia recebeu o nome dele.

O território atálido original ao redor de Pérgamo foi amplamente expandido em 188 a.C. com absorção de antigos territórios selêucidas.

Tetradracma cunhado em Pérgamo durante o governo da dinastia Atálida.
Tetradracma de prata cunhado por Átalo I. Traz o desenho padrão das moedas dessa época: no anverso, a cabeça de Filatero, e no reverso, a deusa Atena sentada.

Os atálidas fizeram da cidade uma das mais importantes e belas de todas as cidades gregas da Era Helenística! Inclusive, ela é um dos exemplos mais marcantes de planejamento urbano da época.

Eles construíram uma biblioteca que ficava atrás apenas daquela em Alexandria. Os reis depois de Átalo I colecionaram muitas obras de arte da Grécia para adornar os templos e pátios da cidade, complementando as muitas obras de escultura, pintura e decoração encomendadas a artistas residentes.

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Os primeiros governantes da dinastia ergueram as primeiras estruturas da cidade superior (real). Já os reis posteriores, Eumenes II e Átalo III, por sua extensa construção e reconstrução, foram os principais responsáveis ​​pela grande reputação arquitetônica e artística da cidade!

Cistóforo de prata cunhado na antiga cidade d ePérgamo, durante seu auge.
Cistóforo de prata atálida cunhado entre 166-160 a.C.

🔹 Acima: Desde Eumenes II (197-159 a.C.), esse reino havia se tornado forte aliado romano. Isso levou a um grande desenvolvimento na cunhagem atálida: a introdução do cistóforo de prata entre 190 a 160 a.C. Esta nova moeda pesava significativamente menos do que um tetradracma tradicional atálida (12.6 g contra 16.8 g).

Pérgamo sob o domínio do Império Romano

Quando Átalo III, o último rei de Pérgamo, morreu sem um sucessor em 133 a.C., ele legou seu reino ao Senado Romano. Desse modo, Pérgamo continuou a prosperar como capital da província romana da Ásia (a capital mais tarde mudou-se para Éfeso).

Os tetradracmas agora traziam nomes de magistrados romanos. O imperador Augusto (27 a.C. a 14 d.C.) colocou seu próprio retrato nas moedas de Pérgamo, com um reverso mostrando seis espigas de grãos. Este tipo é raro:

Moeda rara cunhada pelo imperador Augusto no Reino Pérgamo.

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No terceiro século, as cidades do Oriente romano deixaram de emitir sua própria prata. Entretanto, continuaram a cunhar grandes denominações de bronze com desenhos elaborados que ilustram marcos e lendas locais. Sua última cunhagem local data do governo do imperador romano Galieno (260-268 d.C.).

Devastada em 262 por um terremoto, a cidade foi saqueada pelos invasores godos por volta de 267 d.C. e nunca recuperou sua antiga glória. Após a queda de Roma, Pérgamo foi governada pelos bizantinos até passar para as mãos dos otomanos no início do século XIV.

Altar de Pérgamo

O colossal Altar de Zeus, perto de Izmir (Turquia), é uma obra monumental de arte grega construída pelo rei Eumenes II, datado de cerca de 166 a 156 a.C. O altar é adornado com um friso de mármore de 370 pés de comprimento.

O Altar de Zeus foi construído em um terraço da acrópole com vista para a antiga cidade. O friso de 9 pés de altura possui enormes figuras de deuses e gigantes travando um combate mortal.

Altar de Pérgamo, dedicado a Zeus.

Essas imagens foram esculpidas em um relevo tão alto que quase foram destacadas do fundo. A escultura em relevo pode retratar a vitória mítica de Zeus e dos deuses sobre os gigantes. Porém, na realidade ela celebra a série de vitórias de Pérgamo sobre os celtas e outros invasores bárbaros do Leste.

Tudo o que resta dessa extraordinária obra de arte faz parte da Coleção de Antiguidades Clássicas de Berlim.

As 7 igrejas do Apocalipse

A cidade de Pérgamo também é citada na Bíblia, conhecida como uma das Sete Igrejas do Apocalipse. De acordo com Apocalipse 1:11, na ilha grega de Patmos, Jesus Cristo instruiu João de Patmos: “Escreve num rolo o que vês e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia”.

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