7 Fatos que tornaram Alexandria o centro cultural da Antiguidade

A fundação da antiga cidade de Alexandria (Egito) foi um dos legados mais duradouros de Alexandre, o Grande. Num golpe estratégico, ele colocou a cidade entre o Lago Mareótis e o Mar Egeu, produzindo um enorme porto natural para o comércio e defesa.

Após sua morte, o Egito grego tornou-se uma potência internacional rica e poderosa, supervisionado por seu sucessor Ptolomeu I. Enquanto a estrela de Atenas estava em eclipse, a cidade de Alexandria se tornou a capital intelectual do mundo antigo, incomparável até a Idade Média.

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Conheça os motivos que tornaram Alexandria no Egito a capital intelectual da antiguidade!

1 – O legado de Aristóteles em Alexandria

Desde o seu início, Alexandria foi incutida pelo espírito de curiosidade. O primeiro Ptolomeu que governou a antiga Alexandria no século III a.C. foi provavelmente ensinado pelo grande Aristóteles.

A missão de toda a vida de Aristóteles foi reunir todo o conhecimento humano e ensiná-lo às gerações futuras. Ele fundou o Liceu de Atenas, que foi uma verdadeira universidade no sentido moderno.

2 – A Grande Biblioteca de Alexandria

O projeto de Ptolomeu começou com uma tentativa de criar uma grande biblioteca. Ele convocou Demétrio de Faleros, um político ateniense e aluno de Aristóteles, e começou um projeto como nenhum outro. Ao contrário de Aristóteles, Ptolomeu tinha o orçamento de uma nação rica por trás dele. Com uma grande quantia em dinheiro, Demétrio recebeu a ordem de encontrar todos os livros do mundo!

Os sucessores de Ptolomeu seguiriam seu exemplo, enviando estudiosos a todos os cantos conhecidos da terra para copiar textos às custas do estado. Além das grandes obras da antiguidade grega, livros de lugares distantes chegaram a Alexandria. Entre seus conteúdos mais exóticos, tratados sobre zoroastrismo compilados no Irã foram enviados para a biblioteca.

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Cada navio que entrasse no enorme porto alexandrino tinha que entregar seus livros por lei. Os livros eram então copiados e uma cópia devolvida ao seu dono. O debate sobre quantos livros havia na coleção ainda é intenso, mas meio milhão é a estimativa típica.

Moeda de prata de Ptolomeu I cunhada em Alexandria.
Moeda de prata de Ptolomeu I (reinado de 305 a 283/282 a.C.) cunhada em Alexandria.

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3 – O Musaeum

Manuscritos não eram a única coisa que os Ptolomeus desejavam. Eles queriam manter grandes eruditos em seu meio também. A própria biblioteca fazia parte de um complexo muito maior, conhecido como Musaeum, “o santuário das Musas”.

Composto por um refeitório comunitário e área de estudo com passarelas com colunatas, os estudiosos ficavam ali para estudar uma variedade de interesses, desde matemática até astronomia, geografia e literatura. Pensadores talentosos foram pagos pelo estado ptolemaico, e mais tarde pelos imperadores romanos, para permanecer no museu.

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4 – Medicina

A medicina antiga atingiu seu auge sob os reis ptolemaicos do Egito. Os médicos gregos do período clássico estudaram anatomia, mas passaram mais tempo elaborando modelos teóricos abrangentes para o funcionamento do corpo humano.

Os egípcios, por outro lado, tinham uma compreensão muito melhor da anatomia prática devido sua longa história de mumificação.

Para entender verdadeiramente o corpo humano, a dissecção corporal era necessária, ou melhor vivissecção – a dissecção com sujeito vivo. Assim, os prisioneiros eram entregues a cientistas em formação para vivissecção.

Embora cruéis, os alexandrinos fizeram grandes avanços no conhecimento médico devido a essa prática. A famosa dupla médica Herófilo e Erasístrato foi capaz de descrever o sistema nervoso motor e sensorial, a maioria dos órgãos, o cérebro e o nervo óptico pela primeira vez. O trabalho de Herófilo sobre o coração não seria igualado até William Harvey no século 19.

Equipamentos médicos gregos.
Equipamentos médicos gregos, hoje parte do acervo do Museu Britânico de Londres, Inglaterra.

5 – Matemática e Engenharia

O espírito competitivo dos estados helenísticos gregos levou a uma série de maravilhas arquitetônicas, alimentadas pelos saltos e limites da matemática e da engenharia.

O mais famoso dos matemáticos da antiga Alexandria foi o brilhante Euclides. Seu livro inovador de matemática, os Elementos, é usado até hoje.

Já o  maior engenheiro de todos foi Arquimedes. Além de encontrar uma maneira de mover a água morro acima e criar os primeiros guindastes a partir de um sistema de roldanas, ele parece ter usado seu conhecimento matemático para criar uma forma primitiva de mecanismo de relógio.

Entretanto, de longe o projeto mais impressionante alimentado pelo conhecimento matemático alexandrino foi o Grande Farol, uma das sete maravilhas do mundo antigo. O Farol de Alexandria foi construído pelo famoso arquiteto Sóstrato de Cnido, com a ajuda do exército de matemáticos da cidade.

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6 – Mapeamento de estrelas no Observatório

O grande musaeum tinha seu próprio observatório astronômico. Seu ocupante mais famoso foi o brilhante astrônomo Ptolomeu, que trabalhou no museu durante o período romano (século II d.C.). Ele catalogou as estrelas e fez algumas descobertas matemáticas brilhantes. Ele era tão respeitado que seu modelo do sistema solar seria usado até que Copérnico o substituísse no século XVI.

Modelo ptolemaico de objeto usado em mapeamento de estrelas em Alexandria.

As conquistas dos astrônomos de Alexandria foram feitas usando os avanços nos equipamentos desenvolvidos no observatório ao longo de centenas de anos. Não havia telescópios no mundo antigo, mas uma sucessão de astrolábios e esferas armilares (como modelos do céu em forma de globo) foram desenvolvidos para produzir modelos de observação cada vez mais precisos das estrelas.

7 – Filósofos

No final da antiguidade, sob os romanos, Alexandria, em competição com Atenas, assumiu a liderança como o último grande centro de aprendizado filosófico.

No final do período romano, Platão e Pitágoras estavam de volta à moda, e muitos foram para Alexandria para estudar essas tradições filosóficas.

Os chefes da escola neoplatônica em Alexandria eram considerados parte de um “fio de ouro” de sábios sobre-humanos, que passavam o bastão do aprendizado filosófico para seus discípulos. A luz da filosofia grega continuaria em Alexandria até o século VII.

O que aconteceu com Alexandria?

Ruínas de anfiteatro romano de Alexandria, no Egito.
Ruínas do Anfiteatro Romano em Alexandria (século IV d.C.).

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Em 641, Alexandria caiu nas mãos de invasores árabes. Sua população central era tão devotada à sua própria versão do cristianismo que os cristãos coptas permaneceram mesmo sob o domínio muçulmano e ainda são um grupo importante no Egito hoje.

O centro do aprendizado global mudou drasticamente com a ascensão dos impérios islâmicos, e a cidade-luz neste período era a bela Damasco e, mais tarde, a cidade de Bagdá.

Com o tempo, Alexandria seria engolida pelo oceano. A grande biblioteca foi queimada em uma data desconhecida que ainda é muito debatida por estudiosos. O farol e outros monumentos foram destruídos pela guerra ou enterrados sob a areia. No entanto, a influência de Alexandria sobreviveria: os textos produzidos ali impulsionariam o Renascimento e a idade de ouro islâmica!

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2 comentários em “7 Fatos que tornaram Alexandria o centro cultural da Antiguidade”


  1. Marcelo *** disse:

    Artigo muito bom esclarecedor. Gostei.

    1. Gladston Jafet disse:

      Muito obrigado Marcelo !!!


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