O capacete romano (também chamado gálea) era um aparato fundamental da armadura dos soldados da Roma Antiga. Poucos guerreiros eram tão blindados — ou fortemente armados — como os romanos!
Ao longo dos séculos, a armadura romana mudou significativamente como resultado de novas modas, novas tecnologias e novos desafios.
Os capacetes romanos refletiam essas mudanças e eram produzidos em grandes quantidades — desde o mais simples ao fabulosamente elaborado. Confira abaixo 5 modelos utilizados pelos legionários de infantaria ao longo dos séculos.
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Contexto histórico
Originalmente, os capacetes romanos foram influenciados pelos vizinhos etruscos (e até mesmo pelos gregos no sul). Existem evidências arqueológicas dispersas, muitas vezes danificadas ou incompletas, desses capacetes.
Alguns desses aparatos usados pelos legionários tinham um suporte de crista, que eram, geralmente, feitas de plumas ou crina de cavalo. Alguns gladiadores também usaram grandes cristas emplumadas. Mas seus capacetes diferiam das gáleas dos soldados romanos.
Os historiadores não sabem os nomes que os romanos usavam para seus modelos de capacetes. Na era moderna, diferentes sistemas de classificação foram desenvolvidos, então eles podem ter outros nomes além dos descritos abaixo.
1 – Capacete montefortino (IV a.C. a I d.C.)
O Montefortino é o tipo mais antigo de capacete romano. Tal como acontece com muitos outros modelos, originou-se com os celtas.
Era mais comum em bronze, mas o ferro também foi usado ocasionalmente na sua fabricação. Caracterizava-se por sua forma cônica ou arredondada, e tinha um botão central elevado na parte superior do capacete.
Ele também apresentava um protetor de pescoço saliente e placas de bochecha que protegiam o lado da cabeça. A maioria dos achados não tem seus protetores de bochecha, o que levou à especulação de que eles podem ter sido feitos de algum tipo de material perecível.
Muitas vezes o nome do soldado que usava o capacete estava inscrito dentro dele. Esses elmos são muito semelhantes ao estilo Coolus, de modo que são frequentemente agrupados em sistemas de classificação modernos.
2 – Capacete romano Coolus (século III a.C. até pelo menos 79 d.C.)
Como o capacete Montefortino, o capacete romano Coolus também era de origem celta. Ambos podem ter sido adotados pelos romanos porque seu design simples significava que eles poderiam ser produzidos em massa de forma barata. Isso foi importante durante esse período, pois muitos cidadãos romanos foram chamados para servir no exército.
O estilo Coolus viu seu maior uso durante o período das guerras gálicas de Júlio César (58-50 a.C.), possivelmente porque um grande número de armeiros celtas foram empregados pelos romanos nessa época.
Esse modelo era geralmente feito de latão ou bronze, embora seja possível que alguns também fossem feitos de ferro. Eles eram globulares ou hemisféricos em vez de cônicos.
Também apresentavam um protetor de pescoço e um botão de crista girado, fundido ou rebitado. Como a maioria dos capacetes de origem celta, eles foram perfurados para permitir que gravatas ou protetores de bochecha fossem adicionados ao capacete. No geral, este era um capacete romano bastante simples, com as únicas decorações sendo sulcos ocasionais ou painéis elevados nas bochechas.
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3 – Capacete imperial gaulês (final do séc I a.C. até início do séc II d.C.)
Após as Guerras da Gália, houve uma ampla adoção de capacetes de ferro entre os soldados do exército romano.
Com a conquista da Gália, Roma agora tinha acesso irrestrito aos armeiros celtas da região. Isso resultou no desenvolvimento de um novo estilo de capacete conhecido como tipo imperial, subdividido em imperial gaulês e imperial itálico.
A tigela do estilo imperial gaulês era arredondada, com um topo achatado e lados retos. Também apresentava protetores de bochecha proeminentes feitos de ferro. Sua proteção de pescoço semicircular com relevo trabalhava para aumentar a rigidez e formava um anel de suspensão na superfície inferior.
E contava com duas cristas occipitais elevadas acima do protetor de pescoço flangeado para fora e as “sobrancelhas” em relevo na frente do capacete.
4 – Capacete imperial itálico (final do séc I a.C. até início do séc III d.C.)
O outro estilo imperial de capacete romano é conhecido como itálico por causa das influências fortes e distintamente itálicas em seu design e aparência. Essas gáleas foram provavelmente fabricadas em oficinas italianas, onde foram adicionados recursos pertencentes às tradições greco-etruscas e italianas.
Na Era Moderna, esse tipo é geralmente associado a oficiais como Centuriões e a Guarda Pretoriana. No entanto, não está totalmente claro se eles eram usados como um distintivo de patente ou se era apenas um sinal do maior poder aquisitivo desses soldados.
A aparência geral do estilo imperial itálico é muito semelhante à do imperial gaulês. No entanto, esses capacetes também exibiam várias semelhanças com o estilo ático do capacete grego dos séculos IV a III a.C.
As características que diferenciavam o capacete imperial itálico romano eram sua torção de placa redonda no acessório de crista e sua falta de sobrancelhas e flanges de garganta. Vários exemplos sobreviventes desse tipo foram feitos de bronze em vez de ferro, também considerado mais da tradição itálica do que celta.
Alguns estudiosos acreditam que essas características arcaicas podem indicar que esses capacetes serviam mais para exibição ou propósito cerimonial e não eram necessariamente esperados para suportar os rigores do combate.
5 – Capacete de cume (modelo tardio)
Esse capacete romano é um tipo mais tardio. Foi representado pela primeira vez em moedas do século IV d.C. do imperador Constantino I.
À medida que as influências celtas anteriores continuaram a diminuir, os capacetes romanos começaram a exibir cada vez mais influências sassânidas. Isso é particularmente aparente nesse modelo, que parece ter feito sua primeira aparição no século III d.C.
Tinha uma tigela formada por duas metades. Estas foram então unidas por uma banda pesada que corria de frente para trás e outra banda que corria ao longo da borda, curvando-se sobre cada olho.
Uma característica única desses capacetes era a guarda nasal, que não é encontrada nos capacetes romanos que exibem influência celta. Eles também não têm os orifícios para os ouvidos encontrados na maioria dos outros tipos de capacete romano.
A maioria desses capacetes era feita de ferro e embainhada em outro metal, como prata. A maior parte do que sobreviveu é o metal que embainhou o ferro.
Bônus: capacete de Constantino
Além dos capacetes utilizados pelos soldados das legiões, trazemos também um modelo bônus, o elmo utilizado por um dos mais famosos imperadores romanos.
Constantino, o Grande foi o primeiro imperador que se converteu ao Cristianismo (por volta de 300 d.C.).
De acordo com algumas fontes antigas, como Ambrósio e outros, esse imperador usava um capacete ornamentado com algumas relíquias sagradas recolhidas na Terra Santa por sua mãe, a imperatriz Helena (hoje Santa Helena).
Segundo a tradição, Helena encontrou a cruz e três pregos usados na crucificação de Jesus. Assim, o capacete de Constantino incluía um dos sagrados cravos que Santa Helena encontrou no local da crucificação.
Desse modo, acreditava-se que Constantino estava protegido. Nessa época, ele tinha a posse das relíquias mais sagradas conhecidas pelo homem!
Um raro medalhão de prata datado de 315 d.C. mostra Constantino com um símbolo chi-rho como a crista de seu capacete. E a Vida de Constantino de Eusébio registra que ele costumava usar esse capacete — deixando todo o império saber que era dono desse símbolo sagrado — embora não seja visível em outras moedas de bronze.
Capacete romano nas moedas antigas
Como o âmbito militar era uma parte importante da sociedade romana — muitos dos imperadores foram também grandes generais — muitas moedas traziam desenhos com essa temática, assim como figuras usando capacetes. Deixamos dois exemplares magníficos abaixo como exemplos.
🔹 Moeda de prata (denário) da República Romana de Minucius Q. M. F. Thermus, 103 a.C. Traz o deus da guerra, Marte, com capacete no anverso. No reverso, soldados romanos enfrentam um inimigo.
🔹 Denário de prata icônico e escasso do ditador Sula, datado de 82 a.C. Mostra Roma com capacete no anverso. No reverso apresenta Triunfador na quadriga coroado pela deusa Vitória.
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