A Deusa Hera através das Moedas Antigas

Mais do que a esposa ciumenta e vingativa de Zeus, a deusa Hera foi uma divindade grega muito adorada na antiguidade. Ela era ligada à fertilidade, matrimônio e nascimento.

Confira neste artigo tudo sobre essa deusa grega, assim como sua equivalente romana, Juno. Boa leitura!

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A deusa Hera nas moedas antigas.

Quem era a deusa Hera?

Hera era a filha dos titãs Cronos e Reia. Assim como seus irmãos Poseidon, Héstia, Deméter e Hades, Hera foi engolida inteira por seu pai assim que nasceu. O titã do Tempo tinha medo de uma profecia que dizia que seria destronado por um de seus filhos. O único que escapou desse destino foi o caçula Zeus, salvo por Reia, que voltou adulto para salvar seus irmãos e derrotar seu pai.

Zeus ofereceu uma bebida mágica para Cronos, que o fez vomitar Hera e seus irmãos, já crescidos e prontos para a vingança!

Deu-se início a uma guerra, da qual os deuses saíram vitoriosos e se encarregaram de governar o mundo. Eles fizeram morada no Monte Olimpo, sendo chamados de deuses Olimpianos, e cada um recebeu um título.

A deusa Hera, uma das principais olimpianas, era a divindade do casamento e do nascimento, sendo a protetora da fidelidade conjugal, do parto e da fertilidade. Além disso, ela também era a rainha dos céus, já que era esposa de Zeus, seu irmão, o deus do trovão e “pai” de todos os deuses.

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O matrimônio com Zeus

Moeda grega antiga que retrata Zeus e a deusa Hera.
Dracma de prata grega cunhada em Cromna, Pathlagonia (colônia jônica citada por Homero na Ilíada). Traz o deus Zeus no anverso e a deusa Hera no reverso. Datada do século IV a.C.

Zeus era muito conhecido por seus romances. Ele havia sido casado duas vezes antes de se interessar pela irmã. Quando ele começou a perseguir Hera, ela o evitava, conhecendo sua fama de namoradeiro e sabendo que ele era pouco confiável. Mas Zeus nunca desistia de uma conquista.

O deus do trovão então armou um plano para conquistar a irmã: sabendo que ela adorava seus pássaros sagrados, ele se disfarçou de um cuco ferido. Quando a deusa Hera o colocou em seu peito, ele revelou sua identidade e se aproveitou dela. Ela então concordou em se casar com ele. Juntos, tiveram alguns filhos: Ares, o deus da guerra sangrenta, Hefesto, o deus ferreiro, Hebe, a deusa da juventude, Ilítia, a deusa do parto, e Eres, a deusa da discórdia.

Mesmo após conseguir o que queria, Zeus continuou com seu comportamento promíscuo, sempre atrás de um novo affair e tendo filhos com outras deusas e com mortais. As escapadas do marido traziam à tona a fúria de Hera, que sempre buscava se vingar de suas amantes e de seus filhos bastardos.

Muitos são os mitos que retratam as vinganças de Hera. Um dos principais é a lenda de Hércules, na qual Hera enfeitiçou o herói com um ataque de loucura que o fez assassinar sua esposa e seus próprios filhos!

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Símbolos da deusa Hera

Como deusa do casamento e do nascimento, a deusa Hera foi a divindade responsável pelo bem-estar das mulheres e das crianças gregas e, posteriormente, romanas. As mulheres da antiguidade oravam para ela na hora do parto, pedindo sua proteção. Elas também rezavam para a deusa em busca de orientação matrimonial e dos assuntos do coração, assim como por boa saúde.

Dessa forma, Hera tinha vários animais sagrados, como o pavão, o cuco e a vaca. Às vezes, também era representada carregando um cetro com uma romã em cima — um símbolo de fertilidade — com um cuco. Outras vezes, montando uma carruagem conduzida por pavões.

Sestércio romano da imperatriz Julia Domna que traz a deusa Juno com pavão aos pés.
Sestércio oricalco romano da imperatriz Julia Domna, esposa de Septímio Severo, cunhado entre 211-217 d.C. No anverso mostra o busto drapeado de Julia Domna. No reverso, traz a deusa Juno (equivalente romano da deusa Hera) com pavão aos seus pés.

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Representações

Falando nas representações da deusa Hera, em geral, artisticamente, ela era representada como uma mulher nobre e bonita, madura e com a expressão de comando, com túnicas longas e esvoaçantes, usando uma coroa cilíndrica alta chamada polos.

A deusa romana Juno e seus epítetos

Os romanos tinham Juno como deusa equivalente à Hera. Ela também era a rainha dos deuses, esposa do deus supremo, Júpiter.

A deusa Juno tinha muitos papéis na mitologia romana, por isso, ela contava com diferentes epítetos para “cumprir” seus deveres. Nesse sentido, Juno era conhecida por muitos epítetos, deusas que eram essencialmente suas variações. 

Conheça abaixo quatro dos epítetos de Juno mais famosos.

Juno Regina

Esse é o epíteto da rainha Juno — Regina significa literalmente “rainha”. Era a divindade ligada à fertilidade e ao parto, e simbolizava a pureza, castidade e proteção para as mulheres romanas.

Juno Sospita

Denário romano que mostra a deusa Juno Sospita no anverso.
Denário da República Romana, datado de 79 a.C. Mostra Juno Sospita no anverso e um grifo no reverso.

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Era a deusa que trazia alívio para todas as mulheres que sofriam as dores do parto e com a incerteza do futuro próximo. 

Juno Lucina

Era uma deusa menor responsável por abençoar o parto e a fertilidade. “Lucina” é derivada da palavra “lux” (luz). Assim, através de Juno Lucina, a deusa Juno vigiava de perto as mulheres em trabalho de parto e acompanhava o crescimento das crianças.

Juno Moneta

Juno Moneta era a variação de Juno que defendia os valores militares romanos. Desse modo, Moneta era retratada como uma guerreira soberana, sendo muito homenageada pelos soldados romanos que estavam em busca de suas bençãos no campo de batalha.

Além disso, essa divindade também protegia os fundos monetários do Estado. Inclusive, a palavra “moeda” é derivada do latim “Moneta”, já que era no templo desta deusa que as moedas eram confeccionadas. O Templo de Juno Moneta ficava no Monte Capitolino, onde era adorada ao lado de Júpiter e Minerva, formando assim a Tríade Capitolina.

Juno Moneta em moeda antiga da época de Júlio César.
Denário de prata que apresenta a deusa Juno Moneta no anverso. Cunhado em Roma, em 46 a.C., durante o governo de Júlio César. 

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