Públio Hélvio Pertinax, ou Pertinaz, no latim: Publius Helvius Pertinax, nasceu em Alba Pompeia, em Ligúria, norte da Itália, em 1º de agosto de 126, e morreu em Roma, em 28 de março de 193. Foi professor de gramática, militar e Imperador de Roma do século II.
Neste artigo você vai conferir tudo sobre esse governante, assim como as moedas romanas que marcaram seu reinado. Boa leitura!
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Origem
Pertinax era de origem humilde, filho de um escravo liberto, Hélvio Sucesso, a identidade de sua mãe é desconhecida. Desde a adolescência demonstrava que tinha interesse pelo poder. Aos 30 anos, buscando um trabalho que fosse mais lucrativo, deixou a carreira de professor e entrou no exército numa posição de baixo escalão como chefe de uma coorte. As coortes eram subdivisões de uma legião romana.
Trajetória
Graças a suas realizações, trabalho e influências, rapidamente Pertinax alcançou altos cargos no exército e na política, sendo promovido por diversas vezes.
Com apoio de Lúcio Hédio Rufo Loliano Ávito, o cônsul de 144, tentou ocupar a posição de centurião de uma das legiões, mas não logrou êxito. Ao invés disso, foi prefeito de uma unidade auxiliar na Síria, a quarta coorte montada gálica, por volta do ano de 160.
Em 161, no ano da ascensão de Marco Aurélio, o Império Parta invadiu o Império Romano e aniquilou uma legião, na Capadócia. No fim de 162, Lúcio Vero chegou na Síria e, no início de 163, os romanos invadiram a região da Mesopotâmia, onde Pertinax lutou com distinção, lhe rendendo o ingresso na ordem equestre.
Antes mesmo do término dessa batalha, ele foi designado como tribuno de uma legião da Britânia. Tribuno era o cargo de funcionário público de alto escalão de Roma. Logo após sua nomeação, também foi comandante de uma unidade auxiliar. Em 167, foi nomeado como prefeito de uma ordem equestre na Mésia Superior, no Danúbio Médio.
No ano de 168, foi procurador da via Emília, norte da Itália, com a função de distribuir benefícios do Estado para as crianças nas estradas entre Mediolano (Milão) e Arímino (Rimini). Em 169, foi comandante da frota na Germânia Inferior. E em 170, foi procurador em Sarmizegetusa, na Dácia, onde colaborou com o governador da Dácia e Mésia Superior Marco Cláudio Frontão.
Altos e baixos de sua jornada
Quando Lúcio Vero morreu em 169, perdeu o favor imperial, pois Marco Aurélio, agora governando sozinho, não se simpatizava por ele. Apesar disso, o genro de Marco Aurélio, Cláudio Pompeiano, o fez comandante de vários destacamentos que defenderam a região dos Alpes quando tribos germânicas cruzaram o Reno.
Devido ao seu destaque nos embates, Marco Aurélio o nomeou senador como forma de reparar “as falhas que enfrentou”, e concedeu-lhe a classificação de ex-pretor, habilitando-o a prosseguir com sua carreira, seguindo as honras.
Depois Marco Aurélio se arrependeria de tê-lo nomeado senador, pois os senadores eram proibidos de ocupar a posição de prefeito pretoriano. Mas, de todo modo, em 175, foi feito cônsul com Dídio Juliano.
Nos anos 175-176, após a insurreição provocada por Avídio Cássio, Marco Aurélio e Pertinax realizaram uma jornada pelas regiões orientais. E em seguida, foi nomeado sucessivamente governador da Mésia Inferior (176–177), Mésia Superior (177) e Dácia (177–179).
Chegou a enfrentar 180 tribos invasoras, até o final do reinado de Marco Aurélio, na Dácia. A guerra, porém, foi encerrada com um acordo de paz pelo imperador seguinte, Cômodo (180-192) assim que subiu ao trono.
Nos primeiros anos de Cômodo, foi designado como governador da Síria, sendo comandante supremo das tropas no Oriente. Foi provavelmente neste período que sua esposa, Flávia Ticiana, deu à luz a seu filho Públio.
Em 182, voltou a Roma, onde rumores sobre sua ganância fizeram o prefeito pretoriano Perenis barrar o progresso de sua carreira. Por conta disso, retornou à propriedade rural que pertencia a seu pai.
Governador, Prefeito e Cônsul
No ano de 185, após o assassinato de Perenis, recebeu a designação de governador da Britânia, um cargo que ocupou até 187. Pouco depois, com o surgimento de insurreições em Cartago ligadas a uma previsão profética, assumiu o posto de procônsul da África com o objetivo de acalmar os insurgentes. Assim que a situação se aquietou, foi substituído por Dídio Juliano.
Em 189, ao retornar para a Itália, foi designado prefeito urbano de Roma. Em 1 de janeiro de 192, foi cônsul pela segunda vez com Cômodo, o que demonstra que era um de seus favoritos.
Ascensão ao Trono
Em 31 de dezembro do mesmo ano, Cômodo foi assassinado e os conspiradores já proclamaram Pertinax como o novo imperador em 1 de janeiro de 193. Ele se dirigiu ao quartel da Guarda Pretoriana, onde o prefeito pretoriano Quinto Emílio Leto anunciou a morte de Cômodo e a sua ascensão. Iniciava assim a crise romana que ficou conhecida como “ano dos cinco imperadores”.
Logo em seguida, Pertinax, como novo imperador, ofereceu aos soldados a recompensa, como donativo, de 12000 sestércios antes de ir à Cúria Júlia, onde os senadores aclamaram-no.
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Curto reinado e morte do Imperador Pertinax
Ao iniciar seu mandato, tomou como sua primeira ação a nomeação de seu sogro, Tito Flávio Cláudio Sulpiciano, para a posição de prefeito urbano, enquanto confiou a prefeitura pretoriana a Leto. Reviveu o título de príncipe do senado, recusou que seus filhos vivessem no palácio, ordenando que fossem morar com seu avô Sulpiciano.
Permitiu que terras agrícolas de pessoas que faleceram de peste fossem legalmente reocupadas, aboliu vários impostos, ordenou que as avaliações das propriedades fossem reavaliadas e que fossem feitos reparos extensivos em Roma após um incêndio que a cidade sofreu.
Diferentemente de Cômodo, participava de forma consistente das assembleias do senado e adotava um estilo de vida menos extravagante, conquistando a estima dos oponentes do imperador anterior. Apesar desse início bem-sucedido, logo emergiram desafios com os soldados.
Eles ressentiam a morte de Cômodo e não gostavam de Pertinax, que havia lhes prometido grande soma de dinheiro, mas só conseguiria pagar metade do valor. Isso os deixou inquietos, mesmo Pertinax tendo ordenado que os bens de Cômodo fossem leiloados para conseguir o montante prometido aos soldados.
Em seu terceiro mês como imperador, enfrentou a fúria de seus próprios guardas, que estavam à espera do pagamento da dívida, que não tinha nem previsão para ser quitada. Pertinax foi assassinado por seus guardas pessoais, membros da Guarda Pretoriana, em seu palácio no 86° dia do seu governo, em 28 de março de 193, aos 66 anos.
No mesmo dia, Pertinax foi substituído por Dídio Juliano, que assumiu o seu cargo. Para sua eleição, Dídio Juliano ofereceu 25000 sestércios para cada soldado. Devido a sua grande oferta venceu seu oponente, Tito Flávio Sulpiciano.
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